Alfredo Júnior
A polícia moçambicana apreendeu 65 cornos de rinoceront, abatidos ilegalmente por cidadãos estrangeiros e nacionais em algumas reservas do país. Mas, desta apreensão, 12 desapareceram misteriosamente no comando da polícia na Matola.
Polícias que deveriam guarnecer os mesmos estão envolvidos no desvio, o que, para o ambientalista Carlos Serra, é obra do crime organizado.
"Basicamente revela fragilidades nossas, pois estamos a lidar com o crime organizado transnacional e mais do que nunca temos que estar organizados para travá-lo", disse Carlos Serra.
Por outro lado, o desaparecimento deste material apreendido está relacionado com a falta de clareza sobre o que fazer com os mesmos.
O Governo, na voz de Anselimna Liphola, do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, diz que vai seguir o que dizem as regras internacionais.
"Pela Convenção Internacional do Comércio não podemos vender este material apreendido que só acontece por licença", garantiu Liphola.
Incinerar o material é um procedimento considerado correcto para desincentivar o tráfico de cornos de rinoceronte e o abate ilegal de animais em vias de extinção.
A batalha para o fim da caça furtiva em Moçambique está longe de ser ganha, porém há pequenos passos que estão a ser dados para desinibir esta prática.
Enquanto isso, o número de rinoceronte se elefantes vai diminuindo. Em Moçambique são pouco mais de 10 mil elefantes, cujo número reduzido deve-se ao negócio ilegal internacional do marfim, que leva ao abate desses animais.