A polícia moçambicana na Zambézia reiterou o alerta de segurança para que pessoas calvas redobrem a atenção ao circularem nas vias públicas, após novos ataques a carecas provocarem duas mortes no distrito de Morrumbala.
O novo alerta dado nesta terça-feira, 13, pela Polícia surge na sequência de novas ameaças de ataques a pessoas calvas, após dois homens de 40 anos terem sido brutalmente assassinados na semana passada.
Alguns dos seus órgãos foram usados em rituais de feitiçaria.
“A Polícia está a trabalhar para travar este fenómeno de caça aos carecas, mas reiteramos que as vítimas reforcem a prudência quando vão às ruas para não serem alvos faceis”, referiu Miguel Caetano, porta-voz da polícia na Zambézia.
Desde a eclosão da onda de caça aos calvos em meados de Maio, cinco homens carecas foram assassinados, um dos quais decapitado, nos distritos de Milange e Morrumbala, Zambézia, centro de Moçambique, de onde avolumam crenças de que o uso de órgãos de pessoas calvas em rituais tradicionais, poderia trazer riqueza.
Nas operações de investigação ao fenómeno a polícia já deteve pelo menos quatro pessoas, sendo uma em Milange e três em Morrumbala, todos executores dos assassinatos.
“O modus operandi nos ataques a pessoas calvas é semelhante à da caça a pessoas albinas porque têm o mesmo propósito de feitiçaria”, precisou Miguel Caetano, acrescentando que investigações estão em curso para deter os mandantes destes crimes.
A nova onda de rapto de pessoas calvas surge alguns meses após abrandar a “chacina” de pessoas portadoras de albinismo em Moçambique, cujo número de rapto e perseguição caiu significativamente, apesar de continuar a preocupação com a sua segurança.
O rapto, perseguição e assassinatos de pessoas calvas, tanto de albinos, em Moçambique são motivados por crenças e superstições, segundo as quais essas pessoas são fonte de riqueza.