O Conselho da República garante que estão criadas ‘’todas as condições para as eleições’’ em Angola, incluindo o factor segurança, mas em Benguela, a terceira praça eleitoral do país, a Polícia Nacional alerta para a falta de agentes da ordem pública.
Em reacção, o activista com estatuto de observador africano dos direitos humanos e dos povos, José Patrocínio, refere que a segurança dos eleitores é tão importante quanto a das mesas de voto.
Com 848 mil eleitores, uma cifra suplantada apenas por Luanda e Huíla, a província de Benguela espera reforçar a capacidade técnica e humana para o pleito do próximo dia 23 de Agosto.
Na hora da advertência, o comandante provincial da Polícia e delegado do Interior, Elias Dumbo Livulu, refere que o compromisso com a tranquilidade e segurança não deve ser condicionado.
"’Temos esperança de que os órgãos superiores nos venham a ajudar no aumento de meios e efectivos. Enquanto não chega esta ajuda, utilizamos o que temos de forma inteligente, já que a nossa prioridade é garantir a estabilidade e a segurança’’, indica Livulu.
Olhando para as várias garantias deixadas após a reunião do órgão de consulta do Presidente da República, o activista José Patrocínio fala em aparente paradoxo, mas prefere realçar a inexistência de um plano para a prevenção de conflitos.
"É responsabilidade da Comissão Nacional Eleitoral, mas não existe um programa concreto de educação cívica. Antes de termos polícias é preciso prevenção, principalmente por via dos partidos políticos, que continuam com maus exemplos, emitindo mensagens agressivas e lembrando referências da guerra’’, adverte.
O coordenador da OMUNGA, organização não governamental que fiscaliza a aplicação de direitos humanos, recorre ao desaparecimento de material nas eleições passadas.
‘’A Central de Angola denunciou ter apanhado cadernos eleitorais no lixo. Isto para dizer, portanto, que a segurança não deve ser apenas para os cidadãos, mas, concretamente, para as mesas de voto e locais de eleição’’, apela Patrocínio que esteve, recentemente, no interior da província a transmitir mensagens de paz e tolerância.