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Política na América: As díficeis tarefas do novo presidente do Partido Democrata


Ken Martin, presidente do Comité Nacional do Partido Democrata, Estados Unidos
Ken Martin, presidente do Comité Nacional do Partido Democrata, Estados Unidos

Após derrotas eleitorais, partido faz face a enorme desconfiança do eleitorado

O Partido Democrata elegeu no fim-de-semana um novo presidente numa tentativa de fazer revigorar a organização antes das eleiçoes legislativas dentro de dois anos, mas a sua tarefa apresenta-se para já gigantesca face à popularidade de Donald Trump e a falta de confiança do eleitorado nos democratas.

Ken Martin, dirigente democrata no Estado do Minesota foi o eleito e, de seguida, apelou ao fim das lutas internas no partido.

Partido Democrata tem novo presidente -- 5:15
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Após a derrota sofrida nas últimas eleições presidenciais e legislativas o Partido Democrata entrou numa fase de acusações mútuas entre os seus militantes sobre a razão dessa derrota.

Críticas a Kamala Harris

O perfil da candidata presidencial Kamala Harris, as suas propostas eleitorais, os temas culturais que provocaram profundas divisões dentro do país e as acusações de que o partido se tornou numa formação de elites costeiras do país sem respostas para os desejos do eleitorado são alguns dos problemas levantados nessas discussões.

Algums democratas fazem notar que a vitória dos republicanos nas legislativas foi na verdade por margem mínima e alertam que as pequenas maiorias que o Partido Republicano tem na Câmara dos Representantes e no Senado indicam que as perspetivas do partido não são tão más como propagandeado.

James Carville, que foi conselheiro eleitoral do Presidente Bill Clkinton e é uma figura proeminete de há muito no Partido Democrata, destacou as "óbvias" insuficiências de Kamala Harris como candidata à Presidência.

“O eleitorado perguntou diretamente: o que é que você faria diferente e a resposta foi não posso pensar em nada”, disse Carville.

“Se tivessem escolhido alguém do talento extraordinário que existe hoje no Partido Democrata, se as pessoas tivessem visto isso teriam dito: eu não sei que tinham pessoas como essa, pessoas que conseguem acabar uma frase, pessoas que na verdade sabem formular uma posição que tem um senso de ter tido sucesso em fazer algo”, acrescentou Carville, para quem o Partido Democrata não tem “desde 2012 um candidato presidencial que insppire as pessoas”.

O novo presidente

No fim-de-semana, os militantes do partido reuniram-se para escoiher um novo presidente do seu Comité Nacional, o orgão encarregue de assegurar que o partido tem os meios financeiros para levar a cabo futuras campanhas e procurar ganhar o apoio do eleitorado.

Ken Martin, dirigente democrata no Estado do Minesota, foi o eleito e, de seguida, apelou ao fim das lutas internas no partido.

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“Temos uma equipa, uma equipa que é o Partido Democrata, temos uma luta, temos uma luta que não é aqui dentro”, disse Martin, acrescentando que “a luta é lá fora, a luta é pelos nosso valores, a luta é pelo povo trbalhador, a luta neste momento é contra Donald Trump”,.

Sondagens indicam desconecção com o eleitorado

A tarefa da Martin é enorme, com as sondagens a indicarem claramente que o Partido Democrata é um partido desconectado do eleitorado.

Democrats
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Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac revelou que 57% do eleitorado tem uma opinião negativa do partido e apenas 31% tem uma opinião favorável, o nivel de descontentamento mais alto desde que este tipo de sondagem começou a ser feito em 2008.

Em contrapartida, a mesma sondagem indica quie o Partido Repubicano tem a apreciação positiva mais alta desde sempre, 45%.

Outra pesquisa de opinião, do New York Times, indica, por seu lado, que a maioria dos americanos não acredita que o Partido Demcrata esteja focado nos temas que mais os preocupa.

Nessa sondagem, a maior parte dos inquiridos disse que os democratas estão mais interessados em temas como direitos dos LGBTQ e mudanças climáticas do que na economia que, realmente, os preocupa.

Missão difícil

Por outro lado, estudos de opinião realizados pel0 portal YouGov indicam que o Partido Democrata tem o nível desconfiança mas alto desde 2017.

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A CNN indica que apenas 33 por cento dos americanos têm uma opinião favorável do partido.

Quase 60 por cento de eleitores democratas dizem que o partido precisa de grandes mudanças ou mesmo ser totalmente reformado e apeas sete por cento esperam que a organização consiga fazer frente aos republicanos

Uma sondagem da companhia Rasmussed disse que 52% do eleitrado aprova até agora a governação de Donald Trump e e dos republicanos.

Por seu lado, numa das suas edição, o jornal Washington Post destacou que “os democratas tornaram-se noum partido de eleitores com cursos universitários”.

No mesmo sentido, um estudo realizado para o próprio partido e citado pelo jornal concluiu que o problema está no facto de que “há muito mais eleitores sem cursos universitários do que com cursos universitários” no país.

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Até os democratas terem mais apoio entre os eleiores sem cursos universitários “o futuro não é brilhante” diz o documento que avisa que “a unidade do partido com base em premisas e ideias obsoletas não vai ter sucesso”.

Neste contexto, o trabalho do novo presidente do Comité Nacional do partido advinha-se à partida difícil.

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