A Polícia Nacional (PN) de Angola deteve dois sindicalistas e espancou vários trabalhadores de um posto de combustível da Sonangol que manifestavam nesta segunda, 20, em Luanda, contra a sua demissão em Outubro que consideram injusta.
Entretanto, a acção considerada intimidatória da PN levou os antigos trabalhadores na ex-República Democrática da Alemanha (RDA) a decidir não sair à rua como prometido, depois de terem dado ao Presidente da República, João Lourenço, um prazo até ao passado dia 6 para agilizar o seu processo de pagamento dos seus salários em dívida há 31 anos.
Cerca de 50 trabalhadores do posto de combustível despedidos depois de cinco anos de trabalho viram o seu protesto impedido pela polícia, disse à VOA o secretário do Núcleo Sindical daquele posto.
"Detiveram duas pessoas até a este momento que eu vos falo, e espancaram até mulher grávida", afirmou António Cassinda Cativa.
Tentamos o contacto com o porta-voz da PN em Luanda, Nestor Goubel, que prometeu pronunciar-se a qualquer momento, mas ainda não o fez.
A Sonangol também não se pronunciou sobre o assunto.
Por outro lado, os antigos trabalhadores angolanos na ex-RDA, que haviam dado um ultimato ao Presidente João Lourenço até o passado dia 6 para agilizar o pagamento dos salários em dívida há 31 anos, recuaram na sua decisão.
“Após duas tentativas de protestos impedidas pela polícia, nós decidimos não mais nos manifestar e esperar a quem de direito que responda à nossa carta, de forma diplomática e com diálogo”, disse.
A Presidência da República ainda não se pronunciou sobre a missiva enviada aos antigos trabalhadores.