Milhares de manifestantes bloquearam nesta quarta-feira, 12, as duas principais avenidas do centro de Hong Kong, em mais um protesto contra a lei que autoriza a extradição de pessoas para China continental a fim de serem julgadas.
Em resposta, a polícia lançou também gás pimenta para obrigar os manifestantes a dispersar, tendo os manifestantes aberto corredores para permitir que equipas médicas prestassem assistência a pessoas estendidas no chão.
Alguns manifestantes tentaram travar o avanço da polícia com grades, mas a esmagadora maioria rendeu-se, enquanto organizadores distribuím máscaras de protecção contra gás lacrimogéneo.
Os opositores, entre eles juízes de Hong Kong e advogados provenientes da China continental que trabalham na cidade, alegam que não é possível acreditar que o sistema judicial de Pequim atenda a critérios básicos de justiça.
Donos de mais de 100 empresas se mobilizaram nas redes sociais, sob a hashtag que pode ser traduzida como "#greve1206", para anunciar que as suas lojas fechariam portas hoje para permitir que os seus funcionários fossem aos protestos, iniciativa que não é comum em Hong Kong.
O projecto ainda será discutido numa segunda roda de debates no Conselho Legislativo de 70 membros de Hong Kong que, no entanto, é controlado por uma maioria pró-Beijing.
“Quando o projecto de extradição de fugitivos for aprovado, Hong Kong se tornará uma ‘Hong Kong’ inútil”, disse Jimmy Sham, coordenador da Frente Civil de Direitos Humanos, a principal organizadora das manifestações