Oficiais da Polícia da República de Moçambique (PRM) serão enviados, brevemente, à Tanzania, para averiguar se entre os supostos militantes presos pelas autoridades tanzanianas existem cidadãos moçambicanos.
O anúncio foi feito na terça-feira, 23, em Maputo, pelo porta-voz da Polícia de Moçambique, Inácio Dina, reagindo a informações de que a polícia da Tanzania prendeu supostos militantes que pretendiam estabelecer bases em Moçambique.
Dina afirmou que o número de detidos na vizinha Tanzania subiu de 104 para 132 e acrescentou serem pessoas suspeitas de pertencerem a grupos extremistas, que há cerca de um ano têm criado terror no norte de Cabo Delgado.
A equipa de oficiais vai apurar se entre os supostos militantes detidos existem cidadãos moçambicanos.
Essa possibilidade levanta-se pelo facto de Moçambique e a Tanzânia partilharem a mesma língua, o swahili, nas zonas fronteiriças.
A detenção de supostos militantes foi anunciada pelo inspector-geral da polícia tanzaniana, Simon Sirro, explicando que durante a operação, alguns criminosos morreram e outros escaparam.
Ele realçou que aqueles que escaparam são os que tentam atravessar a fronteira para Moçambique para estabelecer uma base.
Entretanto, o líder do Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), Raúl Domingos, diz não perceber porque é que as autoridades moçambicanas até aqui ainda não esclareceram a situação dos ataquesem Cabo Delgado.
Para o líder partidário, pode haver conivência entre atacantes e algumas forças internas que pretendem que Moçambique viva num clima de instabilidade.
Refira-se que desde que os ataques começaram, em Outubro de 2017, foram mortas pelo menos 90 pessoas em aldeias da província nortenha moçambicana de Cabo Delgado.