A Polícia Nacional de Angola (PNA) dispersou nesta quarta-feira, 25, em Benguela, centenas de jovens vendedores, no início de uma operação denominada de “Benguela Segura e Limpa”, lançada sob protestos de cidadãos que têm nas ruas a sua fonte de sobrevivência.
Nem mesmo motoqueiros e taxistas, ainda sem pontos de estacionamento definidos, como admitem as autoridades, foram poupados no arranque de uma medida a coincidir com o elevado custo de vida.
Por aqui começa, aliás, a crítica de jovens vendedores, que dizem ter sido surpreendidos na chegada aos locais de venda.
"Muitos cães, muitos cavalos e muitos agentes só mesmo para os ambulantes, isso é mau, não há mais nada a fazer? O Estado tem de encontrar mecanismos, muita gente vive da venda nas ruas”, disse um dos vendedores enquanto era empurrado para o mercado Heróis de Moncada, com espaço para novos ocupantes, mas com preços que levam a fazer contas à vida.
“Paga-se 500 kwanzas por bancada todos os dias, mas, às vezes, só conseguimos 1.500 kwanzas. O que vamos levar para casa?”, questionou um dos vendedores.
O chefe do Gabinete de Comunicação do Comando Provincial da Polícia Nacional, Ernesto Tchiwale, diz que a operação vai continuar, afirmando que “visa desmantelar alguns focos de venda desordenada e práticas ilegais, como lavagem de carros na via pública”.
“Queremos elevar o nível de ordem pública e organização”,disse a Tchiwale.
O arranque da operação “Benguela Segura e Limpa” foi testemunhado pela Administradora Municipal, Adelta Matias.