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Polícia de Nova Iorque deteve estudantes que protestavam na Universidade de Columbia


A polícia da cidade de Nova Iorque, equipada com capacetes e escudos antimotim, entrou no campus da Universidade de Columbia na noite deste terça-feira, 30, e deteve manifestantes pró-palestinos que ocupavam um prédio.

Um porta-voz da universidade disse num comunicado que a administração decidiu chamar a polícia para “restaurar a segurança e a ordem na nossa comunidade”.

“Lamentamos que os manifestantes tenham optado por agravar a situação através das suas ações. Depois da universidade ter tomado conhecimento durante a noite que Hamilton Hall tinha sido ocupado, vandalizado e bloqueado, não tivemos escolha", sublinhou o porta-voz.

A presidente da Universidade de Columbia, Minouche Shafik, solicitou, em carta, que a polícia “ajudasse a libertar todos os indivíduos do Hamilton Hall e de todos os acampamentos do campus” e permanecesse no campus até pelo menos 17 de maio, dia da graduação.

Sobre os atos pró-Palestina, a universidade fez questão de deixar claro que a convocação da polícia não foi uma resposta à causa e sim aos atos.

“Deixamos claro que a vida no campus não pode ser interrompida indefinidamente por manifestantes que violam as regras e a lei”, concluiu a nota.

Um grupo de professores da Universidade de Columbia criticou a decisão da administração de recorrer à polícia, dizendo que os membros do corpo docente tentaram durante duas semanas intervir e neutralizar a situação, mas foram rejeitados pelos líderes universitários.

“A presença da NYPD (polícia de NYC) no nosso bairro põe em risco toda a nossa comunidade. A entrada de polícias armados no nosso campus coloca os estudantes e todas as outras pessoas no campus em risco”, disse um comunicado do Capítulo da Universidade de Columbia, da Associação Americana de Professores Universitários.

O corpo docente disse ainda que responsabiliza a reitoria da universidade “pelos desastrosos lapsos de julgamento que nos levaram a este ponto”.

Os estudantes protestam contra a guerra de Israel em Gaza e exigem que a universidade suspenda o financiamento a Israel e a empresas e organizações que tenham participação na guerra em Gaza.

Os alunos entraram no Hamilton Hall, horas depois da universidade ter começado a suspender estudantes por se recusarem a desmontar as tendas que se encontram no campus.

Hamilton Hall tem sido central nos protestos na universidade desde 1960.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse aos repórteres que o presidente Joe Biden acredita que a ocupação de estudantes num prédio da universidade é “absolutamente a abordagem errada” e “não é um exemplo de protesto pacífico”.

O congressista democrata, Jamaal Bowman, que representa um distrito de Nova Iorque perto da Universidade de Columbia, apelou à universidade para parar o que chamou de “escalada perigosa”.

“As instituições educacionais devem ser espaços para nutrir habilidades de pensamento crítico e aprender a trabalhar em conjunto com diversas comunidades para promover um mundo mais justo e pacífico”, disse Bowman em comunicado, acrescentando que "a militarização dos campus universitários, a extensa presença policial e a prisão de centenas de estudantes estão em oposição direta ao papel da educação como pedra angular da nossa democracia."

A estação de rádio estudantil de Columbia, WCKR, informou que todos os estudantes jornalistas foram escoltados para fora de Hamilton Hall, contudo, continuaram a transmitir e a reportar o que estava a acontecer.

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