O comandante-geral da polícia de Moçambique, Bernardino Rafael, afirma que a corporação tem dados que confirmam o alegado envolvimento do cidadão sul-africano, Andre Hanekom, em ataques armados que há mais de um ano se registam em alguns distritos de Cabo Delgado.
Mas Francis Hanekom, esposa do detido, reitera a inocência do marido.
Rafael, que falava à televisão pública, afirmou que a polícia aguarda, com serenidade, o desfecho deste caso em que o cidadão sul-africano é acusado de dar apoio logístico e de ser o coordenador do grupo que tem estado a atacar a zona norte daquela província.
O comandante-geral destacou que a polícia, o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), e o Ministério Público têm provas das acusações que fazem contra o cidadão sul-africano.
Contudo, a esposa de Hanekom reiterou no seu Facebook que o seu marido foi detido erradamente e que ele "está a ser vítima de uma armadilha", prometendo ganhar o caso em tribunal.
Bernardino referiu ainda terem sido desactivados pelo menos oito acampamentos dos atacantes, rejeitando a ideia de que eles possuem bases em alguns distritos.
"Os atacantes não têm bases, têm pequenos acampamentos, a partir dos quais levam a cabo as suas acções", salientou Bernardino Rafael, sublinhando tratar-se de "jovens manipulados".
De acordo com o jornal O País, no domingo passado, os insurgentes mataram pelo menos sete pessoas e queimaram uma viatura civil no distrito de Nangade.
Estima-se em cerca de 90 o número de pessoas mortas desde o início dos ataques, que, entretanto, não afectaram o desenvolvimento do projecto de exploração de gás natural, em Palma, de acordo com o presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Omar Mithá.