O presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, a segunda maior cidade da ilha de Santiago, em Cabo Verde, tentou o suícidio na madrugada desta terça-feira, 22.
José "Beto" Alves Fernandes foi encontrado baleado na varanda da sua residência, com uma arma do lado.
A Polícia Judiciária (PJ) revelou em nota que diligências feitas após o incidente apontam para tentativa de suicídio, mas acrescentou que investigações continuam na tentativa do esclarecimento total do caso.
Entretanto, Beto Alves está em coma e em situação crítica no Hospital Central Dr. Agostinho Neto, cujos médicos analisam ainda as opções de cirurgia no país ou possível evacuação para o exterior.
"O projéctil encontra-se alojado no cérebro. Pela a natureza da lesão, a agressão por arma de fogo é sempre uma lesão grave, e pelo tempo transcorrido e pela curta distância que eu acabei de vos dizer, o impacto é sempre maior, desse modo a situação clinica dele é uma situação muito critica e que é claro corre o risco de vida ", disse o director clínico Victor Costa.
Aquele especialsista explicou que "foi uma lesão por arma de fogo, na região temporal esquerda, portanto uma lesão traumatismo cranioencefálico grave, e que tudo indica, segundo os sinais observados, que o disparo terá sido feito a curta distância, muito curta distancia".
Costa confirmou a "lesão por arma de fogo com fracturas, e também com lesões a nível do cérebro com hemorragia".
Beto Alves foi reeleito presidente da Câmara de Santa Catarina a 5 de outubro, numa votação muito renhida e cujo partido dele, o MpD, não conseguiu a maioria absoluta.
Num post na sua página no Facebook, o primeiro-ministro escreve que
"é com sentimento de tristeza e com pensamento positivo que acompanho o desenrolar do quadro reservado do presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, Beto Alves".
Ulisses Correia e Silva acrescentou que "o Governo de Cabo Verde manifesta toda a sua solidariedade e apoio e partilha deste momento de sofrimento".
Recorde-se que a 29 de junho de 2019, o ex-presidente da Câmara da Praia, Óscar Santos, tinha sido baleado num dos braços por um indivíduo encapuzado.
O ataque aconteceu no bairro do Palmarejo, quando Santos se dirigia ao ginásio, e até hoje desconhecem-se o autor e as motivações do crime.