A Polícia Nacional (PN) de Angola impediu a manifestação convocada para esta quarta-feira, 17, por cerca de 20 organizações da sociedade civil que pretendia pedir a correcção das irregularidades que dizem existir no processo eleitoral e apoiar à acção entregue ao Tribunal Constitucional.
Mais de uma dezena de participantes foram presos, bem como o correspondente da VOA Coque Mukuta que estava a cobrir a concentração dos manifestantes.
Ao chegarem ao Cemitério de Santa Ana, os participantes foram dispersados pelos agentes policiais que detiveram mais de uma dezena deles.
Vários organizadores da manifestação encontram-se escondidos, como Afonso Campos, que, no entanto, disse à VOA que “vamos continuar a pressionar para que corrijam as irregularidades do processo”.
O correspondente da VOA, Coque Mokuta, foi detido pela polícia quando filmava a concentração de pessoas.
Durante três horas, ele foi mantido dentro de um carro que passeou por Luanda, tendo regressado ao Cemitério de Santa Ana.
Ele foi, entretanto, interogado pelo oficial Bernardo João Tito que, depois de ligar a um superior, deu ordem de soltura, sem que lhe fosse retirado qualquer material.
Na segunda-feira, 15, organizações da sociedade civil anunciaram a manifestação para pedir o adiamento das eleições gerais no dia 24, devido às irregularidades que dizem viciar o processo.
Uma das mais flagrantes irregularidades, segundo os promotores da marcha, é a existência de milhares de pessoas ja falecidas no ficheiro de eleitores definitivos.
Entretanto, o Governo da província de Luanda anunciou na altura ter indeferido marcha.