A Polícia Nacional (PN) de Angola deteve na manhã desta quinta-feira, 25, o soba Muanangana Kapenda Kamulemba, integrante do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, na província da Lunda Norte.
A notícia foi avançada à VOA pelo secretário da organização, Fiel Bwaco que denunciou o que considera um total desrespeito à autoridade tradicional.
Ele foi detido, diz Bwaco, “quando saía de uma das suas residências para outra, sem ter cometido crime e sem mandado de captura da PGR”.
“Isso me admira, não só pelo trabalho que a organização não governamental “UFOLO” de Rafael Marques fez nas Lundas, visando trazer confiança e tranquilidade, mas também pela mensagem de esperança de uma nova era deixada pelo ministro de Administração do Território que fica sem sentido com estas perseguições”, acrescentou aquele activista que volta a apelar pela protecção.
“Deixo um apelo à sociedade civil, à comunidade internacional, aos bispos católicos para que nos ajudem, aconselhem o Governo angolano, não pode nos tratar desta forma como se fôssemos animais, embora quer nos domesticar como o MPLA quer, mas também fomos criados por Deus”, afirmou Fiel Bwaco.
Vinte e quatro horas antes da sua detenção, o soba Muanangana Kapenda Kamulemba, membro influente do reino dos tchokwes Muatchissengue Watembo, do Itengo, disse à VOA que ele foi atingido por uma bala na véspera da manifestação de 30 de Janeiro em Cafunfo.
"No dia 29 de Janeiro, foram à minha casa, roubaram-me tudo, tiraram 3.800 dólares no bolso do meu casaco e mil kwanzas, me atingiram com uma bala, depois foi uma festa. Estavam todos a civil mas armados”, contou Mwakapenda.
A VOA não conseguiu falar com a polícia.