A poetisa americana Louise Gluck, de 77 anos de idade, é a vencedora do Prémio Nobel de Literatura 2020, revelou nesta quinta-feira, 8, a Academia Sueca, "por sua inconfundível voz poética que, com beleza austera, torna universal a existência individual".
Considerada por muitos uma das poetisas contemporâneas mais talentosas dos Estados Unidos, Gluck é conhecida pela precisão técnica, sensibilidade e uma obra sobre solidão, relações familiares, divórcio e morte.
A autora já tinha ganho, em 1993, um prémio Pulitzer com a publicação do seu livro "The wild iris", um exemplo claro da sua poesia visionária.
A obra tem três segmentos, ambientada num jardim e imagina três vozes: flores falam com um poeta-jardineiro, o próprio poeta-jardineiro e uma figura de Deus omnisciente.
Os primeiros livros Louise Gluck escolheram temas que podem afetar a todos, como casos de amor fracassados, encontros familiares desastrosos e desespero existencial.
Numa segunda fase, ela adentra-se em assuntos como decepção, rejeição, perda e isolamento.
Gluck é a quarta mulher a ser laureada com um Nobel em 2020, depois de Andrea Ghez, que integrou o grupo de três cientistas vencedores do prémio de física, e Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna, vencedoras do prémio de Química.
Refira-se que desde a sua criação em 1901, 16 mulheres conquistaram o Nobel de Literatura, contra uma centena de homens.
O Prémio Nobel da Paz, o mais esperado anualmente, será anunciado amanhã, 9.
Refira-se que o site Nicer Odds, que agrega as tendências das casas de apostas, tinha apontado a escritora de Guadalupe, Maryse Condé, como a favorita para o Nobel de Literatura, num grupo integrado ainda pela russa Lyudmila Ulitskaya, o japonês Haruki Murakami, a canadiana Margaret Atwood e o queniano Ngugi Wa Thiong'o.