Os americanos vão às urnas em eleições legislativas que poderão alterar a relação de poder em Washington.
Nas eleições legislativas de 6 de Novembro estão em jogo 35 dos 100 lugares do Senado e todos os 435 lugares da Câmara dos Representantes.
Para além disso vão ser eleitos também 36 dos 50 governadores estaduais, legislaturas estaduais, câmaras municipais de algumas das principais cidades americanas e vão ainda realizar-se referendos sobre as mais diversas questões em diversos estados.
Mas como seria de esperar são as votações para o Senado e Câmara dos Representantes que estão a chamar a atenção.
Actualmente ambas as câmaras são controladas pelos Republicanos, controlo esse alcançado durante os dois mandatos do Presidente Barack Obama. Na verdade poucos se recordam que Obama iniciou o seu primeiro mandato com o controlo do seu partido das duas câmaras mas que ao longo dos oito anos seguintes as perdeu.
No Senado actualmente os Republicanos controlam 51 lugares contra 49 dos Democratas. Portanto os Democratas precisam de ganhar dois lugares para controlarem o Senado. Isto sempre se apresentou difícil pela razão de que dos 35 lugares em jogo 26 são controlados pelos Democratas o que significa que na verdade mesmo que não percam nenhum lugar têm apenas nove possibilidades para ganharem esses dois lugares.
E se isso há algumas semanas atrás parecia possível as últimas sondagens indicam que não deverá acontecer.
Pelo contrário é agora possível que os Republicanos aumentem a sua vantagem no Senado. Algumas sondagens indicam que os republicanos poderão ganhar dois lugares aumentando a sua representação para 53. Mas vai ser renhido e poderá acontecer embora pouco provável que o Senado acabe empatado com 50 lugares para cada lado. Mas mesmo nesse caso quem ganha são os Republicanos porque é o vice-presidente que desempata a votação.
É na Camara dos Representantes que os Democratas têm a possibilidade de vencer. Dos 435 lugares os Republicanos controlam actualmente 238 contra 197 dos Democratas.
Desde há várias semanas que as sondagens indicam que os Democratas deverão ganhar controlo dessa câmara mas o que é de salientar é que a vantagem dos Democratas tem vindo a cair.
Duas razões são apontadas para isso: Primeiro o aumento da popularidade do presidente Donald Trump que se encontra agora ao nível mais alto da sua presidência com cerca de 45 % do eleitorado a aprovar a sua presidência e em segundo lugar as audiências para a confirmação do juiz do supremo tribunal Brett Kavanaugh que parece terem causado uma onda de apoio entre eleitorado Republicano e mesmo independente.
E os analistas políticos afirmam que é precisamente o eleitorado independente que vai decidir estas eleições cuja afluência se esperam sejam acima do normal.
Neste momento as sondagens indicam uma ligeira vantagem dos Democratas mas o Presidente Donald Trump juntou-se agora à campanha enchendo estádios e exortando os Republicanos a irem votar.
Trump esteve no Texas num comício de apoio ao senador Ted Cruz que durante a eleições presidencial ele apelidou de “Ted Mentiroso”. Mas mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
“Ele está a defender os vossos empregos, ele está a defender as vossas fronteiras, ele defende as vossas famílias, ele defende a vossa fé e juntos com outros grandes republicanos defendemos a vossa liberdade”, disse Trump
Os Democratas trouxeram para a campanha o ex Presidente Barack Obama que apelou aos independentes num comício também realizado a 22 de Outubro.
“As pessoas de ambos os partidos e que não pertencem a nenhum partido deveriam estar preocupadas com a actual situação”, disse o ex-Presidente para quem “todos deveriam querer ver a restauração da honestidade, decência e respeito pela lei pelo nosso governo e devem querer ver fiscalização ao que está a acontecer”.
“Não é uma ideia dos Democratas ou dos Republicanos que não devemos pressionar o Procurador-Geral ou o FBI para usarem o sistema de justiça criminal para tentar punir oponentes políticos”, disse Obama.
“Não é assim que a América funciona. É assim, que funciona um qualquer ditador de meia tigela. Isso não é suposto de ser a América”, acrescentou.
A 6 de Novembro os eleitores americanos como acima referido vão também escolher 36 dos 50 governadores estaduais posições de grande importância no sistema federal americano.
Actualmente nos 50 estados 33 governadores são Republicanos, 16 são Democratas e um é independente. As sondagens indicam grandes ganhos dos Democratas que deverão ganhar oito postos passando assim a ter 24 governadores.
Para além disso nas eleições de 6 de Novembro os eleitores em 11 estados vão também votar em diversos referendos sobre questões locais.
Vai ser um dia de muitas decisões para aqueles que foram votar.