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Pobreza na origem do trabalho infantil em Angola, apontam especialistas


Crianças nas ruas de Malanje, Angola, 17 Maio 2022
Crianças nas ruas de Malanje, Angola, 17 Maio 2022

Angola registou 1.894 casos de trabalho infantil, em 2023, por via da linha SOS-Criança

A pobreza está na origem das quase duas mil denúncis de trabalho infantil registados em Angola em 2023, a nível oficial, embora especialistas avisem que a realidade é bem pior.

No ano passado, foram registados 1.894 casos de trabalho infantil, em 2023, por via da linha SOS-Criança, com destaque para as províncias do Bié, Lunda Sul, Luanda e Zaire.

Pobreza na origem do trabalho infantil em Angola, apontam especialistas
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Citado pelo Jornal de Angola o consultor jurídico do secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social, Gabriel Mbilingue, que anunciou os números, destacou que pouco mais de metade dos casos tiveram como vítimas crianças do sexo feminino, com 958 de denúncias, e 936 reportaram-se a crianças do sexo masculino.

Mbilingue disse que as denúncias ocorreram em todas as províncias do país, "mas a maior proveniência tem no topo da lista a província do Bié, seguida da província da Lunda Sul e depois Luanda e Zaire".

Fernando Pinto, responsável da Associação de Apoio a Crianças e Famílias Carenciadas (Anjupana) aponta a pobreza como a causa do fenómeno e defende a valorização dos progenitores por forma a que "o fogão fique aceso e as crianças comam alguma coisa".

Para Benício Nguli, do Instituto de Apoio à Criança Desamparada, "as crianças decidem trabalhar porque é possível que as condições sociais não sejam adequadas".

O assessor do secretário de Estado adiantou que o quadro vigente do trabalho infantil em Angola é suportado por um pacote legislativo que tem a expressão máxima no Plano de Acção Nacional para a Erradicação do Trabalho Infantil (PANETI) em Angola, aprovado em 2021.

Para o segundo semestre de 2024, o PANETI prevê a realização de ações no âmbito da erradicação do trabalho infantil nas 18 províncias do país, nomeadamente na capacitação da sociedade civil, incluindo a comunicação social, visando travar a exploração infantil.

Gabriel Mbilingue concluiu que o plano de erradicação do trabalho infantil inscreve igualmente um conjunto de campanhas e concursos, integrados pelo "Projeto Canções PANETI", que pretende integrar a revitalização da canção infantil com um novo conceito.

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