O Presidente da Ucrânia agradeceu o apoio de Cabo Verde nas Nações Unidas na condenação a nível global da invasão do seu país pela Rússia em fevereiro de 2022.
“Estamos muito gratos à vocês que apoiaram a nossa soberania, contra os ataques russos e a nossa integridade territorial”, disse Volodymyr Zelenskyy numa breve declaração à imprensa no sábado, 9, na ilha do Sal, em Cabo Verde, onde foi recebido pelo primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva.
Zelenskyy reconheceu que “será muito difícil para nós sem a ajuda dos Estados Unidos e do mundo livre, sem ajuda militar ou financeira e até mesmo apoio político" enfrentar a invasão russa.
A caminho da Argentina para assisitr a posse do novo Presidente Javier Milei, o Presidente ucraniano afirmou ainda estar feliz por ver "pessoas tão fortes, que lutam pela liberdade, pelas suas famílias, e pelos seus filhos".
Apesar de muitos conflitos no mundo, que têm impacto na ajuda enviada ao seu país, Volodymyr Zelensky reiterou que o seu povo “continua forte” porque está do “lado certo e em casa”.
O primeiro-ministro cabo-verdiano, também em declarações depois do encontro de duas horas, destacou que a defesa da Ucrânia é “uma causa pela democracia, pela soberania, pela integridade territorial e pela sua livre escolha de integração na União Europeia, cujo processo está em curso".
Ulisses Correia e Silva, para quem a passagem de Zelenskyy pela ilha do Sal representou uma “distinção e mais uma oportunidade” do seu Governo reafirmar o apoio à integridade da Ucrânia, lembrou que Cabo Verde também tem uma história de país colonizado, "que depois passou pelo regime de partido único, um país que lutou pela democracia e liberdade e que coloca estes valores no primeiro nível".
O chefe de Governo cabo-veridano disse acreditar que os Estados Unidos da América “não deixarão de intervir, suportando a Ucrânia”, porque o conflito naquele país pôe em causa o “equilíbrio geopolítico”.
Tanto o Presidente como o primeiro-ministro de Cabo Verde manifestaram desde o princípio o seu apoio à Ucrânia e condenaram a invasão russa.
O arquipélago, aliás, foi o único país africano de língua portuguesa ausente da Cimeira Rússia-África, que decorreu a 27 e 28 de julho, em São Petersburgo.
Depois de o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva ter dito que o seu Governo não estará presente para não participar em nenhum ato que possa indicar apoio à guerra, o Presidente José Maria Neves reforçou que "Cabo Verde não participou, digamos, em sinal de protesto por esta situação difícil, porque passa a humanidade, e sobretudo, por causa dessa guerra na Ucrânia”.
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