O ainda presidente do Parlamento de Cabo Verde, Jorge Santos, é o nome mais sonante do novo Governo liderado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, cuja composição foi entregue nesta terça-feira, ao Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
Santos vai se ocupar o novamente criado Ministério das Comunidades, num Executivo maior do que o anterior, com 18 ministros e nove secretários de Estado.
Outras caras novas no Executivo são Joana Rosa, ex-líder parlamentar do MpD, partido que suporta o Governo, para a pasta da Justiça e Filomena Gonçalves assume a Presidência do Conselho de Ministros.
Os restantes ministros mantêm-se nas áreas que ocuparam no mandato anterior, à excepção de Janine Lélis que transita da Justiça e Trabalho para a Defesa e Coesão Territorial.
Destaca-se também a promoção de Edna Oliveira, de secretária de Estado para ministra da Administração Pública, pasta que sai das Finanças, enquanto Carlos Monteiro sobe para ministro-adjunto do PM para a Juventude e Desporto.
Arranjo para Jorge Santos
A criação do ministério das Comunidades que havia sido extinto pelo MpD em 2016, entregue a Jorge Santos, até agora presidente da Assembleia Nacional, terá sido um arranjo de última hora, uma vez que o grupo parlamentar maioritário anunciou que Santos não era o candidato escolhido para voltar a dirigir a casa parlamentar.
Como o antigo primeiro vice-da mesa da AN, Austelino Correia, tinha feito finca-pé na pretensão de concorrer ao cargo e depois de receber apoio do PAICV, o Chefe do Governo foi obrigado a arranjar um lugar no Executivo para Santos, que no passado foi presidente do MpD.
Assim, o novo Governo chefiado por Ulisses Correia e Silva, que mantém Olavo Correia como vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, passa a contar com 18 ministérios e nove secretários de Estado.
Correia e Silva reconhece que o alargamento do plantel vai implicar mais despesas, mas afirma que preparou uma equipa com a missão de ser mais eficaz e trazer melhores resultados.
"Dá-nos garantia para a situação que o país tem que desenvolver nos próximos tempos, relativamente aos grandes desafios que temposa nível da governação", defendeu.
O analista político António Ludgero Correia considera que o primeiro-ministro estica o Governo por reconhecer que a estratégia adoptada em 2016 numa equipa curta não terá surtido grandes efeitos.
"Ele está a procura da eficácia pela via de uma maiorefectividade isto é ,de uma melhor cobertura de todas as áreas da governação", precisa Correia.
Quanto ao recuo na escolha de Jorge Santos como candidato à presidência da Assembleia Nacional, o analista diz que face ao posicionamento de Austelino Correia, que contava com apoio de alguns deputados do MpD, Correia e Silva não podia ficar indiferente a isso para evitar convulsões.