O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, garantiu que o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças não sai do Governo, na sequência das polémicas levantadas à volta da lei sobre o aumento das taxas alfandegárias para a importação de produtos lácteos e sumos naturais.
A oposição diz que a legislação foi aprovada para favorecer uma empresa de que Olavo Correia é accionista.
Nas primeiras declarações sobre o caso, nesta terça-feira, 6, Correia e Silva considera que a oposição não é responsável pela composição do Executivo epor isso não cabe a ela pedir o afastamento ou não de um membro do Governo.
O chefe do Executivo defende o ministro das Finanças, afirmando que se está a montar uma cabala política à volta de uma lei para defender a indústria nacional aprovada no Parlamento, incluindo com os votos do PAICV, na oposição.
Ulisses Correia e Silva reafirmou que a proposta para aumento das taxas aduaneiras foi da Câmara de Comércio do Sotavento, apesar de, segundo um documento apresentado no parlamento pelo PAICV, constar que a proposta era da empresa em causa.
"A proposta vem da Câmara de Comércio é aprovada pelo parlamento, não é aprovada pelo ministro, nem por despacho do ministro, nem pelo governo", sublinhou o Chefe do Governo para quem a legislação "é dirigida à indústria e não a uma empresa concreta".
"Só uma ligação maldosa é que pode provocar esta relação de causa e efeito de uma lei a uma pessoa e a uma empresa em concerto", concluiu Ulisses Correia e Silva.
O PAICV, na oposição, e vários observadores pediram a demissão do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia.
O MpD, partido que sustenta o Governo, reiterou o seu apoio ao governante.