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PM de Cabo Verde quer África no Conselho de Segurança e implementação do Acordo de Paris


Ulisses Correia e Silva discursa na ONU
Ulisses Correia e Silva discursa na ONU

Ulisses Correia e Silva diz que seu país quer ser um plataforma de circulação e negócios no Atlântico Norte

O primeiro-ministro de Cabo Verde defendeu o alargamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas, sublinhou o engajamento do seu Governo na rápida implementação do Acordo de Paris sobre o clima e reiterou que o arquipélago quer ser uma plataforma de circulação e negócios no Atlântico Médio.

Ao discursar nesta sexta-feira, 22, na Assembleia Geral da organização, em Nova Iorque, Ulisses Correia e Silva disse que “o Governo de Cabo Verde apoia uma Reforma do Conselho de Segurança, que possa reflectir na sua composição alargada, a evolução do mundo de hoje, integrando uma representação permanente da África”.

A “rápida implementação” do Acordo de Paris sobre o clima mereceu destaque do governante por considerar ser uma prioridade principalmente para “os pequenos países insulares em desenvolvimento”.

"Se sempre houve furacões, a má notícia é que com as alterações climáticas eles tendem a ser cada vez mais frequentes, mais cruéis e mais destruidores. As consequências são devastadoras para regiões e países mais vulneráveis do ponto de vista ambiental e económico como são os pequenos Estados e regiões insulares. Cada dia que passa, fica tarde para uma acção vigorosa e globalizada sobre os factores que provocam e aceleram as alterações climáticas", destacou Correia e Silva, sem deixar de lado as ameaças à paz mundial actuais.

Paz e segurança

"As mulheres e os homens de qualquer país precisam de ambientes políticos, institucionais, sociais, económicos e educativos que libertem a sua energia criativa, a sua capacidade de inovação, a sua capacidade de apreender, de trabalhar, de confiar, de se auto organizar e de se responsabilizar”, alertou o primeiro-ministro cabo-verdiano, para quem tal só “é possível em ambiente de paz e de segurança, que crie a noção de futuro nas pessoas e não o simples viver cada dia de cada vez e muitas vezes em sobressalto e com horizontes cortados".

Ainda na esteira da paz e da responsabilização dos que a ameaçam, Correia e Silva reiterou “o mais firme apoio de Cabo Verde ao Tribunal Penal Internacional".

No seu primeiro discurso como chefe de Govervo numa Assembleia Geral das Nações Unidos, Ulisses Correia e Silva ressaltou a iniciativa de António Guterres de estabelecer um Pacto com os Estados Membros e criar uma Cimeira de Dirigentes para combater a exploração e abusos sexuais em todas as operações de terreno das Nações Unidas e, sobretudo, no contexto da manutenção da paz e da acção humanitaria.

A iniciativa, sublinhou, “irá conferir maior dignidade aos mais vulneráveis, principalmente às mulheres e às raparigas e promover os direitos destas últimas”.

Respeito pelo direito internacional

Adepto das relações internacionais regidas pelo Direito internacional, continuou Ulisses Correia e Silva, “Cabo Verde participa activamente na codificação desse direito, aderindo, tomando parte nas negociações, assinando, ratificando e fazendo entrar na ordem interna, a maioria dos instrumentos internacionais nos mais variados domínios”.

Correia e Silva ainda lembrou que o seu país depositou já os instrumentos de ratificação do Acordo de Paris (sobre mudanças climáticas) e procedeu à assinatura do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, concluído em Nova Iorque no dia 7 de Julho de 2017.

Ulisses Correia e Silva e António Guterres
Ulisses Correia e Silva e António Guterres

Aquele goverante, disse apoiar igualmente, a convocação de uma Conferência Diplomática no decurso de 2018 para a conclusão de uma Convenção nesse âmbito, a qual deve alvaguardar a situação específica dos Pequenos Estados Insulares.

“Pretendemos posicionar Cabo Verde como uma plataforma de circulação no Atlântico Médio no turismo, nos transportes aéreos, nas operações portuárias, nas operações financeiras e de investimentos, na localização de empresas e desenvolvimento de negócios, na Economia Digital e nano-tecnológica e na atracção de investimentos e competências da diáspora”, declarou.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro de Cabo Verde realçou que a única opção de um país como Cabo Verde é a valorização do homem, começando pelas crianças, jovens e mulheres.

Ouça o discurso:

Discurso do primeiro-ministro de Cabo Verde nas Nações Unidas - 16:00
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