A Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau revelou nesta sexta-feira,5, que três pessoas foram detidas no âmbito da operação "Arroz do Povo", que levou à apreensão, na quarta-feira, de mais de 100 toneladas de arroz doado pela China.
A revelação surge depois de ontem o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, ter dito que tudo não passou de uma falta de comunicação, e que o produto estava num armazém do conselheiro do Presidente da República, Botche Candé, contratado pelo Executivo para guardar o arroz.
"Há mais suspeitos em fuga", afirmou, em conferência de imprensa em Bissau, Fernando Jorge, inspector coordenador da Polícia Judiciária guineense, garantindo que "todas as pessoas implicadas vão ser responsabilizadas"
A PJ, segundo Jorge, já apreendeu 2.731 sacos de 50 quilogramas de arroz, bem como um camião e uma outra viatura.
O inspector coordenador explicou também que o arroz doado pela China estava a ser mudado de saco e a ser vendido no mercado.
Entretanto, ontem, o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Niculau dos Santos, citado pelo jornal O Democrata, disse que 52 toneladas de arroz apreendidas pela Polícia Judiciária guineense foram colocadas no armazém do cidadão Botche Candé [conselheiro do Presidente José Mário Vaz para área da Defesa e Segurança Interna e Externa], arrendado pelo próprio Ministério, na cidade de Bafatá, com o intuito de prosseguir com a sua distribuição mais tarde.
Ao contrário do que afirmou hoje a Polícia Judiciária, o ministro disse que o arroz apreendido não foi desviado nem roubado.