Em São Tomé e Príncipe é cada vez mais evidente o mau relacionamento entre o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, e o Presidente da República, Manuel Pinto da Costa.
Nos últimos tempos, as alegadas rivalidades entres os dois órgãos de soberania têm sido manifestadas na presença da imprensa.
Com o país a entrar em pré-campanha eleitoral para as eleições presidências demês de Julho, Patrice Trovoada, que não será candidato, tem trazido ao público o que sempre se disse nos batedores da política são-tomense.
O primeiro-ministro tem exposto as suas rivalidades com Manuel Pinto da Costa, num claro aviso ao eleitorado de que o actual Presidente da República constitui peça de bloqueio às acções do seu Governo.
Perante o que disse Patrice Trovoada na cerimónia de comemoração do quinto aniversário da criação do movimento das mulheres da ADI, já não há mais dúvida de que as relações entre o chefe do Governo e o Presidente da República de São Tomé e Príncipe são azedas.
O analista político Liberato Moniz consider que no país sempre houve crispação entre Presidente da República e primeiro-ministro por causa da partilha de poderes.
Mas, no caso de Manuel Pinto da Costa e Patrice Trovoada, na opinião de Moniz, existe algo mais que tem a ver com conflitos familiares, no passado.
Para ele, as alegadas perseguições políticas a Miguel trovoada, pai de Patrice Trovoada, no regime do partido único em que Manuel Pinto da Costa era Presidente da República, podem ser o factor principal da actual crispação entre as duas personalidades.