O antigo ministro das relações externas da África do Sul, Pik Botha, no regime do apartheid, morreu aos 86 anos depois de uma longa doença.
Botha foi considerado um reformista da linha-dura do Partido Nacional e em 1986 ele previu que a África do Sul poderia um dia ter um presidente negro, declaração que lhe rendeu uma severa repreensão do presidente P.W. Botha.
Figura chave e a cara da defesa do regime do apartheid na África do Sul, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, cargo que ocupou durante 17 anos, até ao final do regime em 1994.
Na transição, foi ministro no primeiro governo pós-apartheid liderado por Nelson Mandela, que elogiou por ser uma figura dedicada à conciliação.
Botha tinha a tarefa de defender um regime cada vez mais criticado no palco internacional e um governo cada vez mais isolado e sujeito a sanções internacionais e boicotes, enquanto no plano interno impunha estado de emergência e tentava desestabilizar países vizinhos.
Com a Guerra Fria como pano de fundo, a África do Sul tentava apresentar-se como um bastião de resistência à expansão comunista em África.
Nas suas conquistas, Botha conta com a negociação de um acordo de paz que acabou o envolvimento da África do Sul em Angola, onde tropas cubanas defendiam o regime marxista.
Este desenvolvimento abriu caminho a outro acontecimento significativo, a independência da Namíbia em 1990 – o país tinha também um Governo que impunha apartheid e estava há décadas sob controlo de Pretória.
Após o fim do regime do apartheid, Pik Botha disse que a África do Sul "é bastante avançada graças aos esforços de tanto negros como brancos, que precisam uns dos outros. Eu costumava dizer que somos como uma zebra: se atingires a parte branca, ou a negra, do animal com uma bala, ele irá morrer”.
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