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PGR moçambicana diz que se Manuel Chang for extraditado para os EUA será libertado


Manuel Chang no Tribunal de Kempton Park, em Joanesburgo
Manuel Chang no Tribunal de Kempton Park, em Joanesburgo

A Procuradora-Geral da República (PGR) de Moçambique, Beatriz Buchelli, afirmou que se o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, for extraditado para os Estados Unidos pelo Governo sul-africano, ele será colocado em liberdade.

Bechilli voltou a apontar os dedos aos Estados Unidos, depois de na quarta-feira, 20, ter acusado a justiça americana de não cooperar nas investigações em curso sobre o caso das dívidas ocultas.

“Se a decisão for no sentido de extraditar Manuel Chang para os Estados Unidos da América, o mesmo poderá ser restituído à liberdade”, afirmou a PGR na sessão de respostas aos deputados na quinta-feira, 21, um dia depois dela ter apresentado o seu relatório sobre o estado da justiça no país em 2019.

Ela recordou ainda que um tribunal de Nova Iorque decidiu em dezembro de 2019 que a justiça dos Estados Unidos da América não tem jurisdição sobre o caso das dívidas ocultas, em referência à absolvição do empresário libanês Jean Boustani.

Beatriz Buchelli reforçou que “a decisão pode não ser diferente da tomada no caso precedente, referente a Jean Boustani, peça-chave de todo o processo de endividamento e desvio dos valores em causa”.

Tanto Moçambique como os Estados Unidas pediram a extradição de Chang, que se encontra detido na África do Sul desde 29 de Dezembro de 2018.

Recorde-se que frente às acusações da procuradora-geral de que os Estados Unidos não têm colaborado com as investigações, a embaixada americana em Maputo, contactada pela VOA, afirmou que “o Governo dos Estados Unidos não comenta publicamente as comunicações com governos estrangeiros sobre questões sob investigação, incluindo a confirmação ou negação da própria existência dessas mesmas comunicações".

O porta-voz David Feldmann sublinhou, no entanto, que "os Estados Unidos da América estão comprometidos com o combate à corrupção e à impunidade”.

Manuel Chang foi quem autorizou, sem a autorização do Parlamento, empréstimos no valor de aproximadamente dois milhões de dólares para três empresas moçambicanas que, no entanto, nunca chegaram ao destino final, o que veio a configurar o chamado caso "dívidas ocultas".

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