As autoridades angolanas vão continuar a lutar a nível internacional para recuperar valores monetários do Fundo Soberano de Angola na posse da Quantum Global, garantiu nas Maurícias o Procurador-Geral da República (PGR), Fernando Pitta Groz.
As declarações do PGR indicam que vai continuar em várias frentes internacionais e também a nível nacional a luta jurídica entre Angola e a Quantum Global.
A companhia era o braço de investimento do Fundo Soberano de Angola quando este era presidido por José Filomeno dos Santos.
Desde a demissão de Filomeno dos Santos do cargo as autoridades angolanas conseguiram que as Maurícias, Suíça e Inglaterra congelassem os bens da Quantum Global.
O director-geral da empresa, Jean-Claude Bastos de Morais, está preso em Luanda, bem como José Filomeno dos Santos, embora este por envolvimento noutros casos.
O Governo angolano sofreu recentemente um revés quando um tribunal inglês descongelou as contas da Quantum Global.
“Essa decisão do tribunal fundamentou-se sobretudo nas falhas do nosso advigado”, disse Pitta Groz nas Maurícias.
Esse revés poderá custar caro ao Governo angolano.
Há agora notícias que, em Inglaterra, um tribunal ordenou uma investigação aos danos que o Fundo Soberano de Angola causou à Quantum Global com o congelamento das suas contas.
O Fundo alega que o congelamento causou grandes danos às suas operações e ao pagamento dos seus empregados.
O tribunal já ordenou ao Fundo para pagar os honorários dos advogados da Quantum Global.
Nas Maurícias continuam, no entanto, congeladas as contas da Quantum Global, tendo o PGR Pitta Groz apelado às autoridades aprestarem uma atenção especial ao caso.
“Estamos a fazer tudo o que for possível para recuperar tudo o que se encontra com a Quantum Global”, disse o procurador angolano.
“Nós estamos a fazer todos os contactos possíveis para que consigamos atingir os nossos objectivos e dentro desse esforço que temos feito se pudermos contar com o apoio do Governo (mauriciano) e de outras entidades financeiras seria muito bom para nós”, sublinhou o PGR, que aproveitou para "pedir que haja uma atenção especial a este caso”.
Pita Groz esteve nas Maurícias para uma reunião da associação de procuradores.
Nas Maurícias, continuam congeladas as contas de diversas companhias associadas da Quantum Global enquanto na que na Suíça a companhia faz agora face a acusações de evasão fiscal.
Um tribunal suíço rejeitou queixa das empresas da Quantum Global sobre a apreensão de documentos em rusgas policiais.
O tribunal disse que que Bastos de Morais “construiu uma estrutura complexa de sociedades, que aparentemente compensavam os serviços de cada uma”.
“A função real das empresas individuais não parece ser transparente”, concluiu o tribunal.