A polícia francesa colaborou com a sua congénere portuguesa na recente operação de busca a propriedades do general angolano Bento Kangamba em Portugal e de que resultou na apreensão de cerca de 10 milhões de dólares em euros e três imóveis avaliados em mais de 16 milhões de dólares.
A imprensa portuguesa diz que, para além das propriedades de Kangamba, foram também efectuadas buscas ao advogado que tem representado o general angolano em Lisboa.
No ano passado, a policia francesa apreendeu milhões de euros em dois veículos provenientes de Portugal que se deslocavam para o Mónaco, onde o general estava instalado num conhecido casino dessa cidade.
Vários colaboradores de Kangamba foram então presos e a policia francesa está a investigar o branqueamento de capitais.
Em Angola, entretanto, as autoridades judiciais dizem que nada sabem sobre as referidas investigações em Portugal.
Pulcuéria Van-Dunem, Procuradora-Geral-Adjunta de Angola, garante que a instituição não foi notificada de qualquer processo em relação ao general Bento dos Santos Kangamba.
“Quando há um processo de uma entidade angolana no estrangeiro a procuradoria deve esperar que a procuradoria do outro país, que é a autora da acção penal, comunique o que se está a passar para se fazer as investigações pertinentes e necessárias”, explica.
“E, tanto quanto eu sei até agora a Procuradoria ainda não foi notificada sobre o assunto”, acrescentou.
Em Angola, do património de Bento Kangamba encontra-se registada apenas uma empresa denominada Organizações Kabuscorp, Kangamba Corporation Business, Comércio Geral, Desporto e Recreação, Transporte, Saúde, Importação e Exportação, Limitada, segundo o Diário da República IIIª Série N.º 89 de 5 de Novembro de 2004.
Até agora, e como sempre tem acontecido nesses casos, Bento Kangamba não se pronunciou.