O Procurador-Geral da República (PGR) da Guiné-Bissau confirma ter solicitado ao Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), a presença do antigo primeiro-ministro, Aristides Gomes, para ser ouvido pelo Ministério Público, num processo em que é indiciado de crimes, mas descarta qualquer tipo de "perseguição".
Fernando Gomes não especificou os crimes de que é acusado Aristides Gomes, que se encontra refugiado naquela estrutura da ONU desde março.
“Sim, confirmo que pedimos para que Aristides Gomes possa ser ouvido no Ministério Público, porque ele tem indício de vários crimes, o nosso convite para que ele seja ouvido no MP não pode ser entendido como uma perseguição ou perigo. Estamos a trabalhar em colaboração com as Nações Unidas nisso e brevemente, a imprensa vai saber do resultado final”, afirmou Gomes a jornalistas nesta quarta-feira, 19, em Bissau.
Depois da posse da comissão criada pelo próprio PGR para a recuperação dos bens de Estado, Fernando Gomes informou que vai iniciar em breve várias investigações e que, entre outras iniciativas, vai ser dispomibilizada uma “linha verde” através da qual os cidadãos podem fazer denúncias de forma anónima.
O PAIGC, partido de Aristides Gomes, ainda não reagiu, mas o jurista e comentador político Luís Landim defende a criação de condições objetivas para que o antigo primeiro-ministro seja ouvido, inclusive nas instalações das Nações Unidas em Bissau “sem nenhum problema”.
Os advogados de defesa de Aristides Gomes prometem pronunciar-se mais tarde.