A Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola notificou quatro militares e seus dois oficiais-chefes a comparecerem, para uma diligência, sobre a morte do adolescente Rufino Fernando em Agosto passado, mas apenas dois militares compareceram.
A procuradora geral adjunta adiou a audiência, mas sem data marcada.
O advogado e os familiares do adolescente de 14 anos acusam a PGR de negligência no tratamento do caso, enquanto o Posto de Comando Unificado não se pronuncia sobre o assunto.
Rufino foi assassinado na sua própria casa por disparos de arma de fogo protagonizados, por elementos afectos ao Posto de Comando Unificado, ao serviço do general Carlitos Wala.
De Agosto a esta parte, o advogado Luís Nascimento tem se debatido para que os mentores dos disparos, bem como os seus mandantes, sejam entregues à justiça mas não tem sido uma tarefa fácil.
''A digníssima procuradora que supervisiona a instrução notificou seis militares alegadamente envolvidos no assassinato do rapaz só apareceram dois, o que levou o adiamento sem data marcada para próxima sessão'', explicou Nascimento.
Os familiares de Rufino, sem gravar entrevista, disseram que a PGR está a usar dois pesos e duas medidas para casos similares.
Nascimento diz estranhar a postura da PGR que para casos idênticos sanciona quem se furta às suas notificações.
''O principal objectivo desta sessão é determinar quem de facto disparou sobre o Rufino, o que me está a espantar é esta negligência porque para outros efeitos a notificação do Procurador é de cumprimento obrigatório''.
Rufino foi morto à queima roupa por disparos de um militar da PCU quando tentava perguntar aos militares porque demoliam a casa dos seus pais no bairro Walale ao Zango III, arredores de Luanda.