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PGR abre inquérito à morte do rapper, jurista e activista guineense Bernardo Mario Catchura


Bernardo Mário Catchurá, rapper, jurista e activista, Guiné-Bissau
Bernardo Mário Catchurá, rapper, jurista e activista, Guiné-Bissau

Activistas dizem que ele morreu por falta de oxigénio no Hospital Nacional Simão Mendes, que refuta esta versão, e associação pede demissão do ministro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) da Guiné-Bissau decidiu abrir um processo do inquérito para apurar a responsabilidade da morte do activista, jurista e rapper, Bernardo Mario Catchura.

Em conferência de imprensa realizada nesta terça-feira, 2, Manuela Lopes Mendes, vice-procuradora Geral da República e porta-voz do Ministério Público, garantiu que a sua instituição irá "tudo fazer para apurar as responsabilidades sobre os supostos implicados na morte do cidadão".

Mendes pediu calma à sociedade guineense, em referência ao clima tenso que levou a algumas prisões e pessoas feridas durante manifestações ocorridas ontem em frente ao Ministério da Saúde Pública a pedir "Justiça por Bernardo".

Na ocasião, a magistrada manifestou a sua profunda tristeza e da instituição "pela perda do jurista guineense, Bernardo Mário Catchura".

Ele faleceu numa clínica privada na sexta-feira, 29, depois de não ter sido atendido no Hospital Nacional Simão Mendes, alegadamente, por falta de oxigénio, de acordo com os activistas.

Esta versão é refutada pela direcção do hospital.

Em conferência de imprensa em ontem em Bissau, o director Agostinho Semedo, o director clínico do estabelecimento, Dionísio Cumba, e o médico de serviço na cirurgia Arlindo Quadé, afirmaram que o rapper não foi atendido por falta de espaço e que teria sido recomendado a procurar uma clínica privada.

Demissão de ministro e da direcção do hospital

Entretanto, ainda em relação à saúde, a Associação Juvenil de Proteção dos Direitos Humanos (AJPH) pediu ao Presidente, Umaro Sissoco Embaló, a exoneração do ministro da Saúde, a quem responsabiliza pela morte de cidadãos.

"A associação faz fé em como, na qualidade de chefe de Estado, não lhe é estranho o extremo e inquietante quadro dos direitos humanos", na Guiné-Bissau, caracterizado por mortes de cidadãos nos hospitais devido à falta de assistência e condições de trabalho.

O ministro António Deuna "tem responsabilidades" pela morte do activista , Bernardo Mário Catchura, afirma Vladimir Gomes, presidente da AJPH​, que na carta diz que a falta de oxigénio no hospital Simão Mendes tem sido uma das principais causas de mortes de pacientes naquele centro médico, pelo que o ministro deve ser demitido "por provada incapacidade de dar resposta às necessidades do povo".

A mesma organização também escreveu ao primeiro-ministro, Nuno Nabiam, a exigir a responsabilização do próprio Executivo pela situação e pede também a demissão da direção do Hospital Nacional Simão Mendes.

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