Companhias de países produtores de petróleo de África estão reunidos em Angola e uma das ideias em cima da mesa é criar politicas sobre petróleo exclusivamente africanas, para, segundo os participantes, o continente deixar de depender das grandes produtoras mundiais do crude.
Este posicionamento surge numa altura em que muitas companhias petrolíferas, face a crescentes pressões nos seus paises de origem, estão a reduzir a sua participação nos combustíveis fósseis.
O secretário de Estado angolano dos Petróleos e Gaz, José Barroso, diz defender uma política africana para o petróleo, ideia aplaudida pelo presidente da Associação Industrial Angolana, (AIA).
"É sim possível que os países africanos produtores de petróleo possam ter outra percepção de ter equilíbrio do mercado e não estarmos sujeitos permanentemente aos grandes ‘palyers”, disse José Severino, acrescentando que “será útil termos uma organização à dimensão proposta pelo secretário de estado dos petróleos e gás".
Por seu lado, o consultor em finanças públicas e professor universitário Eduardo Nkossi considera utópica a ideia se não se resolver em primeiro lugar problemas internos como a corrupção.
"Os nossos operadores angolanos roubam o dinheiro de todos e levam para construir indústrias de refinaria de petróleo no exterior, sem pensar em Angola”, disse, Nkossi, afirmando que “rouba-se tanto aqui dentro, para investir lá fora, ao invés de faze-lo cá dentro na conhecida economia de escala”.
“É só gastos desnecessários", concluiu.
O economista Damião Cabulo acrescentou que "para se pensar numa política africana na perspectiva de produção e comercialização, primeiro as indústrias têm que funcionar e serem os maiores consumidores do nosso produto africano”.
“Essa ideia - assim como ela é projectada - é ilusória”, reforça Cabulo que se interrogou, "quem é o principal consumidor do nosso petróleo?”.
“Devia ser em primeira instância,os próprios africanos mas não é, e por outro lado os proventos do petróleo em África so servem para beneficio das elites politicas”, concluiu aquele esconomista.
A Sonangol assumiu hoje a gestão do Fórum das Petrolíferas Africanas, com a passagem do testemunho da Nigéria, no decurso da terceira reunião das petrolíferas nacionais dos países da Organização Africana dos Produtores de Petróleo (APPO), que se realizou em Luanda.
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