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25 pessoas afogaram-se no Sudão ao fugir dos combates, dizem activistas sudaneses


Refugiados comem em "Dar Mariam", uma igreja católica e um complexo escolar no distrito de al-Shajara, onde se refugiaram, em Cartum
Refugiados comem em "Dar Mariam", uma igreja católica e um complexo escolar no distrito de al-Shajara, onde se refugiaram, em Cartum

O Sudão possui a maior crise de deslocados do mundo, segundo a ONU

Cerca de 25 pessoas morreram afogadas no rio Nilo quando tentavam fugir dos combates entre o exército sudanês e as forças paramilitares no sudeste do país, segundo activistas pró-democracia no Sudão.

"Cerca de 25 cidadãos, na sua maioria mulheres e crianças, morreram no naufrágio de um barco" durante a travessia do rio Nilo Azul, no estado de Sennar, no sudeste do país, informou um comité de resistência local em comunicado.

O comité faz parte de uma centena de comités que organizam protestos pró-democracia em todo o Sudão e que coordenam a ajuda na linha da frente desde o início da guerra entre o exército e as forças paramilitares de apoio rápido (RSF) no ano passado.

"Famílias inteiras pereceram" no acidente, afirmaram, enquanto fugiam do recente avanço das RSF através de Sennar.

No sábado, 29 de Junho, as RSF anunciaram a tomada de uma base militar em Sinja, a capital do estado de Sennar, onde mais de meio milhão de pessoas se refugiaram da guerra.

Testemunhas também relataram que a RSF varreu aldeias vizinhas, obrigando os residentes a fugir em pequenos barcos de madeira através do Nilo.

Pelo menos 55.000 pessoas fugiram de Sinja num período de três dias, segundo as Nações Unidas na segunda-feira.

As autoridades locais do estado vizinho de Gedaref estimaram, na quinta-feira, 4, que cerca de 120.000 pessoas deslocadas tinham chegado esta semana. O ministro da saúde do estado, Ahmed al-Amin Adam, disse que 90.000 tinham sido oficialmente registadas.

Mais de 10 milhões de pessoas estão atualmente deslocadas em todo o Sudão. A ONU diz que se trata da pior crise de deslodos do mundo.

Guerra no Sudão está a provocar uma "catástrofe humanitária"
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O Sudão está mergulhado na guerra desde abril de 2023, quando eclodiram os combates entre as forças leais ao chefe do exército, Abdel Fattah al-Burhan, e a RSF, liderada pelo seu antigo adjunto Mohamed Hamdan Daglo.

O conflito no país de 48 milhões de habitantes matou dezenas de milhares de pessoas, com algumas estimativas a apontar para 150 000 mortos, de acordo com o enviado dos Estados Unidos para o Sudão, Tom Perriello.

Também dividiu o país em zonas de controlo concorrentes. O RSF detém a maior parte da capital e do coração agrícola a sul, quase todo o Darfur e uma grande parte dos estados do sul do Kordofan.

Em El-Fasher, no Darfur do Norte - a única capital de Estado na região do Darfur que o RSF não capturou - um ataque paramilitar a um mercado na quarta-feira "matou 15 civis e feriu outros 29", disse à AFP Ibrahim Khater, funcionário do Ministério da Saúde.

Desde que os combates na cidade começaram no início de maio, pelo menos 278 pessoas foram mortas, segundo a organização de caridade francesa, Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Mas o número real de mortos é provavelmente muito mais elevado, uma vez que a maior parte dos feridos não consegue chegar às instalações de saúde devido ao cerco e aos pesados combates nas ruas.

Os hospitais de El-Fasher - quase todos encerrados - foram eles próprios atacados pelo menos nove vezes desde maio, segundo os MSF.

Ambas as partes foram acusadas de crimes de guerra, incluindo o ataque a infra-estruturas civis e o bombardeamento indiscriminado de casas, mercados e hospitais.

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