O antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan, falecido a 18 de Agosto, aos 80 anos de idade, será enterrado nesta quinta-feira, 13, na sua terra natal, no Gana.
As exéquias fúnebres começaram na terça-feira e continuam hoje com a presença de personalidades, líderes tradicionais e diplomatas.
As autoridades do Gana decretaram três dias de luto nacional e afirmam ter preparar um "funeral simples", como pediu Annan
Entre as personalidades esperam-se o secretário-geral da ONU, António Guterres, os presidentes do Zimbabwe, Costa do Marfim, Libéria, Namíbia e Níger, além de várias outras.
O vice-presidente de Angola, Bornito de Sousa, representa
o chefe de Estado angolano na cerimónia, enquanto o antigo Presidente timorense e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, marca presença em nome do seu país.
Kofi Annan foi o primeiro cidadão da África Subsaariana a
assumir o cargo de secretário-geral da ONU e esteve à frente das Nações Unidas de 1 de Janeiro de 1997 a 31 de Dezembro de 2006.
Ele destacou-se por ser um homem de diálogo, de ideias próprias e humanistas e por ter dado início à reforma da ONU.
Ao deixar o cargo, Annan foi considerado um dos dirigentes mais populares da ONU.
Com a organização, Annan recebeu em 2001 o Prémio Nobel da Paz pelos seus esforços "a favor de um mundo mais organizado e mais pacífico".
"Tentei situar o ser humano no centro de tudo: da prevenção dos conflitos ao desenvolvimento, passando pelos direitos humanos", afirmou ao aceitar o prémio em Oslo.
Após concluir a sua missão nas Nações Unidas, em Fevereiro de 2012, foi escolhido pela ONU e pela Liga Árabe para realizar uma mediação na guerra da Síria, mas cinco meses depois abandonou a missão.
Acusou então as grandes potências de manter divergências que tornaram sua mediação uma "missão impossível".
Annan criou uma fundação dedicada ao desenvolvimento e à paz, e fez parte do grupo dos Elders (termo inglês que significa "os mais velhos" ou "sábios"), criado por Nélson Mandela para promover a paz e os direitos humanos.