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Pensamento de Eduardo Mondlane continua atual, diz o académico Silvério Ronguane


 Eduardo Mondlane
Eduardo Mondlane

Na celebração do centenário de nascimento de Eduardo Chivambo Mondlane, o académico moçambicano Silverio Ronguane diz que o pensamento daquele nacionalista continua atual e está por alcançar.

Moçambique, diz Ronguane, caminha para a concretização daquela que era a visão de poder colegial que Mondlane projetava.

“Vai perceber que após a independência estamos nesta situação de guerras intestinais e insurgência que não pára, exatamente porque não estamos a conseguir bater está visão de Mondlane de inclusão”, comenta Ronguane.

Pensamento de Eduardo Mondlane continua atual, diz o académico Silvério Ronguane
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O também deputado do Movimento Democrático de Moçambique diz que “agora estamos a dar os primeiros passos para o federalismo, regionalização e proximidade, mas Eduardo Mondlane já tinha chegado aí em 1962”.

Eduardo Mondlane, diz a história, teve um papel importante na unificação dos movimentos libertadores que emergiram nas décadas de 1950 e 1960, dando origem, em 1962, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Mondlane nasceu a 20 de junho de 1960, em Gaza, sul de Moçambique. Doutorado em antropologia e sociologia nos Estados Unidos da América, antes de se juntar à causa nacionalista, foi professor universitário e funcionário da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Ele dirigiu os primeiros cinco anos da luta pela independência de Moçambique até ser assassinado, a 3 de Fevereiro de 1969, em Dar Es Salam, Tanzânia. Deixou viúva Janeth Mondlane, nascida nos Estados Unidos da América; e órfãos Eduardo Mondlane Júnior (empresário), Chude Mondlane (cantora) e Nyeleti Mondlane (atual ministra da Mulher).

Mondlane é autor do livro “Lutar por Moçambique”, e vários ensaios sobre sociologia e educação.

Para o historiador Carlos Machile, a visão de Mondlane para o setor de educação continua presente nos planos de governação de Moçambique.

“Eduardo Mondlane pediu que o ‘Education Project For Mozambique’, o seu programa, as suas atividades e a sua filosofia constassem do programa da Frelimo e de facto a partir do primeiro congresso da Frelimo até ao décimo primeiro temos sempre o programa educação”, diz Carlos Machili.

Catédra Eduardo Mondlane

Ainda assim, Ronguana considera que ainda há muito a fazer para a divulgação do pensamento de Mondlane.

Para Ronguane, “muito do que estamos a discutir, a pensar e com grandes erros, já tinha sido pensado e produzido por Eduardo Mondlane, e podia ser uma boa plataforma, um ponto de partida muito importante para percebermos essas questões todas.”

“Houve uma distração em relação ao pensamento de Eduardo Mondlane, mas acredito que a história está do seu lado e estamos a começar, até por necessidade, a voltar para aquele que efetivamente estudou estas matérias e deu um contributo significativo não só para Moçambique, mas para África no seu todo,” diz.

Entretanto, a Universidade Eduardo Mondlane criou uma cátedra para imortalizar o seu patrono, diz reitor Orlando Quilambo.

“Espera-se que com a criação desta cátedra sejam levadas a cabo mais iniciativas científicas sobre a vida de Eduardo Mondlane, nas suas mais variadas facetas, o que vai permitir que mais moçambicanos possam investigar e dar a conhecer a dimensão da sua obra”, diz Quilambo.

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