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Paz e Reconciliação em Angola: 16 anos em análise


Cerimónia Dia da Paz 2018, Malanje, Angola
Cerimónia Dia da Paz 2018, Malanje, Angola

Os angolanos continuam com incertezas sobre o futuro do país, 16 anos depois da conquista da paz e reconciliação nacional. Um sentimento justificado com base na crise económica e nos escândalos de corrupção que o país vive nos últimos anos. Para falar sobre o assunto, ouvimos o analista político Agostinho Sikato, o porta voz da UNITA, Alcides Sakala e o secretário executivo da CASA CE, Leonel Gomes.

Paz e Reconciliação em Angola: 16 anos em análise
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Os angolanos celebraram mais um aniversário da conquista da paz e da
reconciliação nacional, depois de mais de duas décadas de conflito armado, que destruiu o país e dividiu as suas populações.

Depois da assinatura do memorando de entendimento, na província do Moxico, o país abraçou um processo difícil de reconstrução e reconciliação, cujos resultados apesar de ainda longe de satisfazerem os desejos da maioria da população, ainda assim permitiram a livre circulação de pessoas e mercadorias.

Durante os 16 anos de paz e reconciliação nacional, o país teve
igualmente o mérito de registar grandes avanços no seu desenvolvimento
económico e social.

Se por um lado os angolanos enaltecem a consolidação da estabilidade política e a convivência na diferença, entre as várias forças políticas, a grande preocupação tem que ver com os números da pobreza e do desemprego.

Festa da paz com protestos e insultos em Malanje

Com a crise económica e financeira, muitas empresas fecharam as portas
por falta de investimentos, o poder de compra das famílias reduziu, de forma considerável, com a agravante da assistência médica e medicamentosa revelar indicadores preocupantes.

Nesta altura as reflexões dos angolanos apontam para cenários de incerteza mas também de muita ponderação, olhando para o processo de transição política que o país está a viver, depois das últimas eleições realizadas em 2018.

Na sua declaração sobre a efeméride, o bureau político do partido no poder referiu que a actual realidade de paz definitiva em Angola coloca ao MPLA e a todos os angolanos a responsabilidade da sua preservação e contínua consolidação, visando a garantia do normal desenvolvimento económico e social do país e a satisfação das necessidades sempre crescentes dos cidadãos.

Entretanto, a UNITA continua a reclamar alguns incumprimentos dos acordos de paz com o partido no poder, que põem em causa a reconciliação nacional.

O porta voz do partido do galo negro, Alcides Sakala aponta a desmobilização e a reinserção dos ex militares como não tendo sido concluídas.

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