Links de Acesso

Paz deteriora-se em 97 países, mas em Angola a situação melhorou


Queima de pneus em manifestação contra morte de um garimpeiro supostamente pela polícia em Cuango, Lunda Norte, Angola, 14 março 2024
Queima de pneus em manifestação contra morte de um garimpeiro supostamente pela polícia em Cuango, Lunda Norte, Angola, 14 março 2024

Mais países e regiões vêem a paz deteriorar-se

Angola é o país lusófono em África melhor colocado no Índice Global da Paz, do Instituto para Economia e Paz, com sede em Sidney, na Austrália.

O estudo divulgado nesta terça-feira, 11, revela que, em 2024, 97 países viram deteriorar-se a sua situação em termos de paz, mais do que em qualquer ano desde a criação do Índice de Paz Global em 2008.

Angola ocupa a 72ª posição, seguido da Guiné-Bissau, no lugar 85 e Moçambique na posição 105.

Brasil ocupa o lugar 135 num universo de 163 países.

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não foram analisados.

Os conflitos em Gaza e na Ucrânia foram os principais impulsionadores da redução do Índice Global da paz, com as mortes em combate a ascenderem a 162 mil em 2023.

O documento diz que 92 países estão atualmente envolvidos em conflitos para além das suas fronteiras, mais do que em qualquer momento desde a criação do índice.

A América do Norte registou a maior deterioração regional, impulsionada pelo aumento da criminalidade violenta e pelo medo da violência.

A África Subsaariana é a segunda região menos pacífica atrás do Médio Oriente e do Norte de África, com três dos dez países menos pacíficos do mundo encontrados na região.

Ela enfrenta várias crises de segurança, em particular o aumento da agitação política e do terrorismo em região do Sahel Central.

O impacto económico global da violência aumentou para 19,1 mil milhões de dólares em 2023, o que representa 13,5% do Produto Interno Bruto global. A exposição a conflitos representa um risco significativo na cadeia de abastecimento para governos e empresas.

A militarização registou a maior deterioração anual desde o início da publicação do índice, com 108 países a tornarem-se mais militarizados. 110 milhões de pessoas são refugiadas ou deslocadas internamente devido a conflitos violentos, sendo que 16 países acolhem atualmente mais de meio milhão de refugiados.

Existem atualmente 56 conflitos, o maior desde a Segunda Guerra Mundial.

A Islândia continua a ser o país mais pacífico, posição que ocupa desde 2008, seguida pela Irlanda, Áustria, Nova Zelândia e Singapura, que chega ao grupo de cinco primeiros.

No fim da lista, o Iémen substituiu o Afeganistão como o país menos pacífico do mundo, antecedido pelo Sudão, Sudão do Sul, Afeganistão e Ucrânia.

O Médio Oriente e Norte de África (MENA) continua a ser a região menos pacífica.

É o lar de quatro dos dez países menos pacíficos do mundo e dos dois menos pacíficos, Sudão e Iémen.

Embora a maioria dos indicadores de tranquilidade tenha se deteriorado ao longo dos últimos 18 anos, houve uma melhoria na taxa de homicídios, que caiu em 112 países, enquanto a percepção da criminalidade melhorou em 96 países.

Steve Killelea, fundador e presidente executivo do Instituto para Economia e Paz disse que “na última década, a tranquilidade diminuiu em nove dos dez anos”.

”Assistimos a um número recorde de conflitos, a um aumento da militarização e a uma maior concorrência estratégica internacional”, conclui Killelea.

Fórum

XS
SM
MD
LG