Angola é o país lusófono em África melhor colocado no Índice Global da Paz, do Instituto para Economia e Paz, com sede em Sidney, na Austrália.
O estudo divulgado nesta terça-feira, 11, revela que, em 2024, 97 países viram deteriorar-se a sua situação em termos de paz, mais do que em qualquer ano desde a criação do Índice de Paz Global em 2008.
Angola ocupa a 72ª posição, seguido da Guiné-Bissau, no lugar 85 e Moçambique na posição 105.
Brasil ocupa o lugar 135 num universo de 163 países.
Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não foram analisados.
Os conflitos em Gaza e na Ucrânia foram os principais impulsionadores da redução do Índice Global da paz, com as mortes em combate a ascenderem a 162 mil em 2023.
O documento diz que 92 países estão atualmente envolvidos em conflitos para além das suas fronteiras, mais do que em qualquer momento desde a criação do índice.
A América do Norte registou a maior deterioração regional, impulsionada pelo aumento da criminalidade violenta e pelo medo da violência.
A África Subsaariana é a segunda região menos pacífica atrás do Médio Oriente e do Norte de África, com três dos dez países menos pacíficos do mundo encontrados na região.
Ela enfrenta várias crises de segurança, em particular o aumento da agitação política e do terrorismo em região do Sahel Central.
O impacto económico global da violência aumentou para 19,1 mil milhões de dólares em 2023, o que representa 13,5% do Produto Interno Bruto global. A exposição a conflitos representa um risco significativo na cadeia de abastecimento para governos e empresas.
A militarização registou a maior deterioração anual desde o início da publicação do índice, com 108 países a tornarem-se mais militarizados. 110 milhões de pessoas são refugiadas ou deslocadas internamente devido a conflitos violentos, sendo que 16 países acolhem atualmente mais de meio milhão de refugiados.
Existem atualmente 56 conflitos, o maior desde a Segunda Guerra Mundial.
A Islândia continua a ser o país mais pacífico, posição que ocupa desde 2008, seguida pela Irlanda, Áustria, Nova Zelândia e Singapura, que chega ao grupo de cinco primeiros.
No fim da lista, o Iémen substituiu o Afeganistão como o país menos pacífico do mundo, antecedido pelo Sudão, Sudão do Sul, Afeganistão e Ucrânia.
O Médio Oriente e Norte de África (MENA) continua a ser a região menos pacífica.
É o lar de quatro dos dez países menos pacíficos do mundo e dos dois menos pacíficos, Sudão e Iémen.
Embora a maioria dos indicadores de tranquilidade tenha se deteriorado ao longo dos últimos 18 anos, houve uma melhoria na taxa de homicídios, que caiu em 112 países, enquanto a percepção da criminalidade melhorou em 96 países.
Steve Killelea, fundador e presidente executivo do Instituto para Economia e Paz disse que “na última década, a tranquilidade diminuiu em nove dos dez anos”.
”Assistimos a um número recorde de conflitos, a um aumento da militarização e a uma maior concorrência estratégica internacional”, conclui Killelea.
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