O presidente da Ação Democrática Independente (ADI) continua a considerar inconstitucional do Governo de Américo Ramos, que ele diz ser de iniciativa do Presidente da República, Carlos Vila Nova, e reitera que o seu partido não apoia este Executivo nem o seu programa recentemente adotado pela Assembleia Nacional.
O antigo primeiro-ministro Patrice Trovoada acredita que o debate sobre o Orçamento Geral de Estado no Parlamento poderá clarificar as águas, bem como o congresso do partido a ser convocado.
“Quando chegarmos ao momento do orçamento, nós veremos qual é a atitude que vamos adotar, qual é a contribuição que vamos ter, porque o que está acima de tudo é o interesse do santomense”, afirmou Trovoada à Voz da América.
Aquele líder partidário considera que o país vive “uma fase muito particular, muito inédita, digamos assim, da nossa democracia” e que importa analisar tudo com tranquilidade.
“No decorrer das próximas semanas, dos próximos meses, alguma clarificação também será feita a nível da ADI, nomeadamente através da realização de um congresso”, acrescenta Trovoada, indicando que o partido terá de tomar uma “posição em relação a esse grupo de militantes que resolveram associar-se ao Presidente da República nessa iniciativa”, que ele considera inconstitucional.
Patrice Trovoada chama a atenção para o facto de, ao contrário do que diz o Governo, não ser de continuidade.
“Então, não sei por que há um governo de continuidade nessas condições todas, não é? Por que isso aconteceu? Se é para continuidade...”, questiona o presidente da ADI, quem reitera que “não tenho sido indigitado pelo partido, não é um governo do ADI.
Quanto a uma eventual cisão no partido, nomeadamente entre os deputados e a direção da ADI, o antigo Chefe de Governo reconhece que na política “há divisões e divisões”, como no Parlamento, mas no eleitorado pode não haver.
Trovoada admite que “golpes existem na política, mas o que é preciso é irmos até o final do jogo” que, “na democracia, é o voto”.
Ouça a entrevista na íntegra.
A Voz da América contactou a assessoria do primeiro-ministro Américo Ramos para uma reação, mas até agora não obteve qalquer resposta.
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