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Moçambique: Oposição não reconhece resultados eleitorais mas aceita dialogar por "reformas"


Albino Forquilha (Podemos), Daniel Chapo (Frelimo), Luterno Simango (MDM),Ossufo Momade (Renamo), Salomão Muchanga, Maputo, 30 dezembro 2024
Albino Forquilha (Podemos), Daniel Chapo (Frelimo), Luterno Simango (MDM),Ossufo Momade (Renamo), Salomão Muchanga, Maputo, 30 dezembro 2024

Presidente Filipe Nyusi reuniu-se com partidos políticos mas não se conhece qualquer conclusão da conversa

Os partidos políticos na oposição reiteraram que não aceitam os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, mas afirmaram estar abertos e disponíveis para o diálogo com vista a reformas no país, ante a crise que existe.

Este posicionamento foi manifestado pelos representantes da Renamo, Nova Democracia, Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) num encontro realizado nesta segunda-feira, 30, na Presidência da República, com Filipe Nyusi, no qual estava presente também a Frelimo e o candidato presidencial Daniel Chapo.

Em jeito de boas-vindas, Nyusi disse acreditar "na nossa capacidade, porque quando o assunto é tratado por nós mesmos é um assunto que nos permite uma solução sem esquemas, sem arranjos, sem interesses".

O Chefe de Estado, que convocou a reunião, sublinhou que "não há pessoas pequenas, não há partidos pequenos, Moçambique é de todos e temos que estar em condições de carregar todas as sensibilidades”.

No final, como porta-voz do encontro, o Presidente do MDM, explicou que os partidos políticos que concorreram às eleições voltaram a dizer que "não reconhecem os resultados anunciados" pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e proclamados pelo Conselho Constitucional (CC).

Ao ler um comunicado, sem direito a perguntas dos jornalistas, Lutero Simango afirmou que os quatro partidos políticos, dos quais três com assento parlamentar na Assembleia da República a partir de janeiro, vão realizar um "diálogo interno" antes de tomar "passos subsequentes", que serão comunicados à imprensa.

Apesar de defenderam a reforma das instituições, Simango afirmou que "ao longo deste diálogo interno, [os partidos] assumiram que vão continuar a dialogar com o único objetivo, de uma forma coletiva, de assumirem um compromisso político para as reformas no país, pois há necessidade de estabelecer um novo pacto social para mudar Moçambique e isso passa necessariamente pelas reformas".

Aqueles partidos, segundo Simango, lembraram que os moçambicanos falaram bem alto, nas eleições gerais do dia 9 de outubro e sugeriu que devem ser ouvidos.

"Faremos tudo para o bem-estar dos moçambicanos", concluiu o líder do MDM.

O Presidente Filipe Nyusi não se pronunciou publicamente após a reunião.

Em Moçambique, os jornalistas intensificam os esforços para combater a informação falsa
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A crise pós-eleitoral é marcada por protestos contra o que a oposição considera de fraude eleitoral, fortemente reprimida pelas autoridades policias, e que, no entanto, deram origem a uma onda de vandalizações de insfraestuturas públicas e privadas, bem como a fuga de presos.

A Plataforma Eleitoral Decide, uma organização da sociedade civil que contabiliza mortos e feridos, disse que desde 21 de outubro foram registados 277 mortos e 586 feridos por tiro.

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