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Partidos apoiam Governo de Faustino Imbali e criticam comportamento "autoritário e prepotente" da CEDEAO


Tensão política continua alta (foto de arquivo)
Tensão política continua alta (foto de arquivo)

Os partidos que integram o Governo de Faustino Imbali, empossado pelo Presidente guineense José Mário Vaz no dia 31 de Outubro, criticam o comportamento da missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que reiterou o apoio da organização ao Governo liderado por Aristides Gomes, demitido por Vaz.

Num comunicado enviado à imprensa nesta segunda-feira, 4, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), o Partido da Renovação Social (PRS) e a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) denunciaram o “comportamento autoritário e prepotente da delegação ministerial da CEDEAO em missão de contactos no país pela sua atitude de parcialidade e de desrespeito aos partidos com assento parlamentar, cujas legitimidades foram outorgadas pelo povo, através das eleições legislativas de 10 de Março”.

Aqueles partidos lembram que a Guiné-Bissau é um país independente e responsabilizarm ainda a “CEDEAO pelas consequências da sua mediação, caracterizada pela ligeireza, falta de objetividade, parcialidade e desrespeito ao chefe de Estado e demais actores políticos”.

Outras reacções

No domingo, 3, o Governo de Faustino Imbali emitiu um comunicado no qual acusou a CEDEAO de ingerência nos assuntos internos da Guiné-Bissau e garante que o novo Executivo não pretende atrasar a eleição presidencial de 24 de Novembro.

"A missão da CEDEAO, ao ser recebida por um primeiro-ministro demitido, violou gravemente a Constituição na República da Guiné-Bissau e ingeriu-se nos assuntos internos de um Estado-membro, ao desafiar as decisões do chefe de Estado da República da Guiné-Bissau", lê-se no comunicado assinado pelo ministro de Estado Jorge Fernandes Mandinga.

A nota ainda apela à CEDEAO para uma "correcção imediata da abordagem dos membros da sua missão ministerial de seguimento no sentido de uma estrita observância do Tratado da CEDEAO e dos procedimentos constantes do seu quadro legal", visando "evitar eventuais amálgamas e sentimentos de revolta da população da Guiné-Bissau" em relação à organização regional.

Antes, também no domingo, a CEDEAO reiterou o seu apoio ao Governo demitido por José Mário Vaz.

“A missão reafirma o seu apoio pleno ao primeiro-ministro, Aristides Gomes, que viu o seu programa do Governo aprovado na Assembleia Nacional Popular a 15 de Outubro, confirmando assim a confiança e o apoio do Parlamento ao Governo”, anunciou o presidente da missão, Jean Kassi Brou, ao ler o comunicado final da visita de pouco mais de um dia ao país.

A CEDEAO ameaçou ainda impor sanções individuais a quem tentar perturbar o processo eleitoral que organização encoraja as autoridades a irem até ao fim.

Por seu lado, o Presidente da República, José Mário Vaz, que convocou o Conselho da Defesa Nacional para as 19 horas desta segunda-feira, 4, reiterou ontem que a decisão de demitir o Governo de Aristides Gomes é “irreversível”.

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