Investigadores angolanos que trabalham num projeto de monitorização animal no Parque Nacional do Bicuar, na província da Huíla, assinalam com satisfação a presença de várias espécies na reserva natural, uma delas ameaçada de extinção.
A revelação surge depois da Convençao sobre o Comério Internacional de Especies ameaçadas de extinção (CITES) acusar Angola de continuar a ser um paíss onde prossegue o abate de espécies em perigo como o elefante.
A CITES disse que Angola“ tem sido explorado por redes organizadas transnacionais como um país de exportação e trânsito para o tráfico de marfim e chifres de rinoceronte de África para a Ásia”.
Mas o estudo no Parque Nacional do Bicuar, que tem à testa o Departamento de Biologia do ISCED-Huíla em parceria com uma congénere portuguesa, tem o registo de 32 espécies de mamíferos, entre os quais se destacam o leopardo, a hiena e o mabeco, este último uma espécie rara e ameaçada de extinção a nível mundial.
O académico e investigador Milcíades Chicomo assinala com muita alegria na reserva natural o que chama de uma espécie de revitalização da fauna no Bicuar muito por conta do trabalho de fiscalização que tem impedido a caça furtiva.
"Com uma maior frequência os mabecos são observados com maior facilidade. Não sei se essa espécie está se a acostumar mais com as pessoas e está a aparecer com maior frequência ou os números estão a aumentar e com maior facilidade observas um ou outro animal a passar mesmo ao lado da estrada”, disse Chicomo, sublinhando ainda que “existem outras espécies interessantes”.
A administração do Parque Nacional do Bicuar alerta, no entanto, que não tem sido fácil garantir a fiscalização de mais de 7 mil hectares da reserva natural com uma viatura apenas.
O administrador José Maria Candungo acredita que com mais investimentos o Parque Nacional do Bicuar em ligação com outras reservas naturais da região podia ser um ponto importante de atração turística do país.
“Se não se investir no Parque do Bicuar não se investir no Parque da Mapa para fazer essa ligação do Iona com a bacia do Okavango, então não estamos a fazer nada”, disse Candungo.
“Então há essa necessidade imediata de se fazer esse estudo para se responder aquilo que o governo precisa com o turismo em Angola”, concluiu.
Um efetivo de 125 homens do ramo do exército das Forças Armadas Angolanas auxilia a fiscalização do Parque Nacional do Bicuar, mediante um protocolo assinado com o Ministério do Ambiente.
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