A Primeira Comissão, encarregue pelo parlamento moçambicano para investigar a alegada existência de valas comuns que se presume abrigarem vítimas de crimes relacionados com a actual tensão política no país, inicia as suas investigações nesta quarta-feira, 25.
De acordo com uma decisão tomada hoje, 24, os trabalhos vão iniciar com audições a alguns órgãos do Estado, como a polícia, a justiça e a Procuradoria, antes das investigações nos locais suspeitos, onde foram encontrados 13 corpos.
Edson Macuacua, presidente da Comissão encarregue das investigações, diz que os resultados serão conhecidos em 15 dias.
“Mais do que investigar a inexistência ou não da vala comum, a equipa pretende saber com exactidão o que aconteceu com os corpos encontrados", reiterou Macuacua.
A Renamo afastou-se da equipa que vai fazer as investigações por discordar com alguns procedimentos seguidos para a indigitação da Comissão.
Já o MDM, terceiro partido com assento parlamentar, vê o arranque dos trabalhos com bons olhos e espera que os trabalhos tragam resultados.
“Nós temos a certeza de que as valas existem e esperamos que a comissão desempenhe o seu trabalho sem influências de outras instituições do Estado, para que a verdade seja confirmada e os responsáveis sejam penalizados”, disse Fernando Bismarque, porta-voz do MDM.
Artimisa Francol, activista dos direitos humanos, disse ã VOA que, pela seriedade da questão, a comissão deve trabalhar por forma a não deixar dúvidas sobre o caso.
O início das actividades da equipa parlamentar surge um dia depois de a Procuradoria-Geral da República ter revelado não ter encontrado vestígios de qualquer vala comum nas suas investigações.