O Papa Francisco pediu perdão a Deus pelos crimes cometidos em nome da Igreja Católica durante o genocídio no Ruanda.
“Em linha com o gesto de São João Paulo II, no Grande Jubileu de 2000, Francisco implorou o perdão de Deus pelos pecados e faltas da Igreja e dos seus membros – sacerdotes, religiosos e religiosas – que cederam ao ódio e à violência, traindo a sua missão evangélica”, diz uma nota divulgada nesta segunda-feira, 20, pela Secretaria de Estado do Vaticano.
A revelação foi feita depois de um encontro de 20 minutos a portas fechadas entre Francisco e o Presidente do Ruanda, Paul Kagame.
O Pontífice disse esperar que este “humilde reconhecimento da omissão da Igreja” naquela circunstância, “que deturpou o rosto da Igreja”, contribua para “purificar a memória e promover com esperança e confiança num futuro de paz, testemunhando que é concretamente possível viver e trabalhar juntos quando a dignidade da pessoa humana e o bem comum são colocados no centro”.
Os dois Chefes de Estado trocaram opiniões sobre a situação política e social da região, especialmente em relação às áreas atingidas por conflitos ou calamidades naturais.
Francisco e Kagame revelaram a sua preocupação com o grande número de refugiados e migrantes sem assistência e defendeu o apoio por parte da comunidade internacional e dos organismos regionais.
No encontro, o Papa ofereceu a Kagame uma medalha representando “um deserto que se tornou um jardim”, numa alusão ao país em reconstrução após o genocídio, enquanto o Presidente ruandês devolveu o gesto ao dar a Francisco uma vara tradicional africana “para convocar as pessoas”.