Pelo menos quatro ativistas de defesa de imigrantes e refugiados palestinos estão presos em uma delegacia em São Paulo após um confronto com militantes de direita anti-imigração.
O grupo foi detido depois de um conflito com manifestantes dos grupos de direita chamados 'Direita São Paulo' e 'Juntos pelo Brasil', que faziam um protesto na Av. Paulista, em São Paulo, na noite do dia 2 de maio, contra a nova Lei de Migração, que está para ser sancionada pelo presidente Temer.
Durante a manifestação, o grupo de direita gritava contra a 'islamização do Brasil" e segurava faixas escritas "Aloysio Nunes [ministro das Relações Exteriores e autor do projeto da nova Lei de Migração] traidor".
Refugiados palestinos e defensores dos direitos dos imigrantes foram ao local para se posicionar contra o ato dos manifestantes anti-imigração. Houve confronto entre os dois grupos e pelo menos quatro pessoas foram detidas.
Entre os presos está o imigrante Hasan Zarif, integrante do grupo Palestina Para Tod@s e proprietário do restaurante e bar palestino Al Janiah, localizado no bairro do Bexiga, na região central.
Um vídeo postado na página da vereadora paulistana Sâmia Bomfim, membro da Comissão Extraordinária de Direitos Humanos da Câmara, mostra que os refugiados palestinos continuaram sendo agredidos pelos manifestantes de direita anti-imigração mesmo após a ordem de prisão e já algemados. Enquanto batiam nos refugiados, os manifestantes de direita ainda gritavam "Viva a PM [Polícia Militar]".
Após o confronto, o grupo Direita São Paulo divulgou um vídeo em que afirma que sofreu um "atentado terrorista" e diz que os palestinos jogaram uma bomba contra os manifestantes de direita, o que, segundo eles, teria dado início à confusão.
O caso está sendo analisado pelo 78º Distrito Policial, em São Paulo.