O PAIGC, partido que lidera o actual Governo guineense, diz continuar de pé o acordo de incidência parlamentar assinado com o APU-PDGB, apesar do líder desta formação política, Nuno Gomes Nabian, ter recusado aprovar o programa do Executivo para os próximos quatro anos.
O líder da bancada parlamentar do PAIGC, Califa Seide, considera que, enquanto não houver uma denúncia oficial do referido acordo, por parte do APU-PDGB, não há motivos para questionamentos:
“Foi isso a razão da aprovação do programa do Governo porque há membros do APU que estão no Governo, há deputados que estão a respeitar e a cumprir com o plasmando no acordo de incidência parlamentar. Agora se os órgãos competentes do APU-PDGB decidirem denunciar o acordo, certamente, isso vai ser de forma oficial. Portanto, não é através de declarações públicas ou actitudes, eventualmente, não muito favoráveis a gestão desta aliança é que nos poderá levar considerar denunciado o acordo”, assegura Seide.
O porta-voz do partido maioritária acrescenta que o posicionamento de Gomes Nabiam decorrer da sua candidatura à Presidência, enquanto “o acordo para uma estabilidade governativa e de incidência parlamentar é com o PAIGC, e isto continua de pé, apesar de posições, eventualmente, que um ou outro deputado, tanto do APU, como do PAIGC, ou de União para Mudança possam ter relativamente a determinadas matérias”.
De notar que o presidente do APU-PDGB, Nuno Gomes Nabian, tem surgido ao público nos últimos dias a censurar os três deputados do seu partido que votaram o programa do Governo, alegadamente por terem contrariado a orientação da direcção superior, que, a par do MADEM-G15 e do PRS, defendia o debate de urgência sobre o trafico de droga, antes da votação do programa.
Um alto dirigente do APU-PDGB, sob o anonimato, nega à VOA a existência de qualquer crispação interna.
“O que defendíamos, na altura, era que fosse discutida, primeiro, a questão do tráfico de droga. Mas, o PAIGC e outros partidos defendiam o contrário, e os nossos deputados alinharam-se nisto, contra a orientação da direção superior”, refere a fonte, segundo ainda a qual, “não estava em causa aprovação ou o chumbo do programa do Governo, mas, sim, a agenda de Ordem do Dia”.