O líder da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, anunciou em conferência de imprensa, no sábado (23), o cancelamento da marcha agendada para domingo, contra o que chama de "abuso do poder e falta de democracia", devido ao "alto risco de confrontos".
Segundo Simões Pereira, esta decisão foi fruto de uma "avaliação do risco iminente" de ocorrer uma confrontação com as forças da ordem e acrescentou que as mesmas estão a ser usadas para semear ódio contra a PAI-Terra Ranka.
"Nós pensamos que as forças de segurança não fazem parte do jogo político, não são nossos adversários. Mas, na verdade, as forças de segurança estão a ser utilizadas contra a PAI-Terra Ranka com um grau de ódio tal que não pode ser uma simples coincidência", disse Simões Pereira.
Na última quinta-feira, as autoridades policiais da Guiné-Bissau dispersaram com gás lacrimogéneo uma marcha de dirigentes e militantes das coligações PAI-Terra Ranka e Aliança Patriótica Inclusiva-Cabaz Garandi, em Bissau e detiveram pelo menos seis dirigentes.
Na ocasião, Simões Perreira e Baciro Dja, líder da Aliança Patriótica Inclusiva, afirmaram que alguns deles terão sido torturados.
O Presidente da República reagiu dizendo que não vai permitir “indisciplina e desordem” no país.
Na mesma semana, dois jornalistas foram agredidos e impedidos de cobrir a vigília de alunos da Escola Superior de Educação, dos quais seis também foram presos.
Entre os detidos estavam: Joana Cobdè Nhanca, presidente do Movimento Social Democrático (MSD) e irmã do antigo Presidente Kumba Yala, Vicente Fernandes, líder do Partido da Convergência Democrática, José Carlos Cá, presidente da Comissão Política do PAIGC num dos círculos eleitorais de Bissau, e dois seguranças afetos ao antigo primeiro-ministro Bassiro Dja, e presidente em exercício da coligação política API-Cabaz Garandi.
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