O pai do activista Nito Alves, detido com mais 14 jovens há 37 dias, acusa o Governo de querer matar o seu filho. A acusação de Fernando Baptista surge no momento em que a Associação Justiça, Paz e Democracia denuncia humilhações dos directores das cadeias que impedem advogados e familiares de verem os activistas, que continuam a fazer greve de fome.
A carta da Associação Justiça, Paz e Democracia enviada ao director-geral dos Serviços Penitenciários diz que advogados e familiares não directos de activistas detidos têm sido alvo de humilhações quando tentam falar com os presos nas cadeias de Kalomboloca, Central de Luanda, S. Paulo, Kakila e no Hospital Penitenciário Psiquiátrico de Luanda.
A carta, que foi enviada com conhecimento do Procurador Geral da República, ministro do Interior, Provedor de Justiça e Corpo Diplomático acreditado em Angola, acusa ainda as autoridades de violarem a Constituição da República.
Entretanto, o advogado dos activistas Walter Tondela espera pela resposta do habeas corpus que enviou recentemente ao Supremo Tribunal de Justiça.
Por outro lado, Fernando Baptista, pai de Nito Alves, pediu, segundo ele em nome dos activistas, a solidariedade da sociedade angolana e da comunidade internacional.
Baptista acusa o Governo angolano de querer matar o filho e os seus companheiros.
“Eles pedem pelo menos para serem retirados daquelas celas, são cenas terríveis e pode levá-los à morte, são tratados como animais selvagens” denunciou.
Em conversa com a VOA, o activista Raúl Mandela revelou que os detidos que estão na cadeia do Kakila encontram-se em greve de fome.
De recordar que está agendada para esta quarta-feira, 29, uma manifestação em Luanda para exigir a libertação dos 15 jovens do auto-denominado Movimento Revolucionário detidos há 37 dias.
Eles são acusados de prepararem um golpe de Estado por via da desobediência civil.