O Tribunal Provincial de Luanda retomou nesta segunda-feira o julgamento dos 17 activistas acusados dos crimes de rebelião e actos preparatórios de golpe de Estado, depois de uma interrupção de 25 dias.
Os 15 réus agora em prisão domiciliária e Laurinda Gouveia e Rosa Conde, que estão em liberdade, regressaram ao tribunal para o início desta segunda fase que, por agora, tem sessões marcadas até o dia 14.
Hoje, o tribunal ouviu padre Pio Wacussangue, citado no eventual Governo de Salvação Nacional e usado pelo Ministério Público como elemento de prova da acusação contra os activistas.
Em nota enviada aos seus paroquianos o padre Pio disse que o juiz e a defesa foram muito amáveis e as perguntas giraram em torno da “pretensa lista do Governo de Salvação Nacional”.
“Tive muita pena em deixar para trás os nossos 17 jovens, a Nação irá pagar muito caro essa culpa de prender jovens inocentes”, escreveu o padre, agradecendo a todos que rezaram e pedindo que rezem “ainda mais pelos jovens detidos”.
Na audiência de hoje também estava previsto ouvir o padre Congo, o que a VOA não confirmou ainda.
Entre outros declarantes arrolados pelo juiz para serem ouvidos até a próxima quinta-feira, estão o chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar das Forças Armadas Angolanas António José Maria e dois tenentes coronéis das FAA, Agatão Dongala Camate e Domingos Francisco.
Os dois últimos são acusados de terem gravado os vídeos que estão a ser usados pelo Ministério Público como prova contra os 17 arguidos.