O antigo militar e um dos 17 activistas detidos em 2015 alegadamente por tentativa de golpe de Estado e atentado ao Presidente da República, Osvaldo Kaholo, lança no mês de Junho a obra “K 654, a realidade na selva humana” com a chancela da Nimba Edições.
A obra, que estará nas bancas e em suporte e-book, contém as reflexões políticas e o testemunho de um antigo preso na primeira pessoa.
654 é o número do processo porque ficou conhecido.
“O livro tem por objectivo despertar as mentes de jovens angolanos e contribuir para a democratização do país”, explicou Kaholo sem adiantar, no entanto, o dia do lançamento.
O único militar entre os 17 activistas presos em 2015 diz, por outro lado, que continua sem enquadramento desde que foi passado à reforma compulsivamente, mesmo depois de ter escrito cartas a diversas individualidades, entre elas o Presidente da República, João Lourenço, e o chefe do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), Fernando Garcia Miala, a pedir que lhe sejam pagos os salários suspensos.
Kaholo também quer que, à semelhança dos outros técnicos superiores reformados, que ele seja enquadrado na Polícia Nacional.
“Não pode ser que só eu seja enviado à reforma e não seja enquadrado no quadro policial, enquanto os outros colegas são encaminhados para a policia”, acrescenta Kaholo.
Depois da sair da prisão em 2016, Osvaldo Kaholo, além de ter sido passado compulsivamente à reforma, foi afastado da universidade onde era professor assistente em Relações Internacionais e expulso do curso de inglês que frequentava.
Antigo tenente da Força Aérea, é licenciado em Relações Internacionais.