O bilionário americano de origem sul africana, Elon Musk, teve que admitir nesta terça-feira, 11, ter confundido a Faixa Gaza ao lado de Israel com a província de Gaza, em Moçambique, ao lado da África do Sul quando recentemente criticou o que disse ser o envio de 50 milhões de dólares de preservativos para o território controlado pelo Hamas.
Musk, que preside ao recém criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), deu como exemplo de gastos despropositados o envio dos preservativos para o que pensou ser a Faixa Gaza do Hamas por parte da agora extinta Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID).
Foi uma alegação que causou furor em Washington, dada como exemplo da “ponta do iceberg” de gastos escandalosos, despropositados e injustificados, pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Musk e o Gabinete do Orçamento “descobriram que havia cerca de 50 milhões de dólares dos contribuintes que saíram pela porta para financiar preservativos em Gaza”, disse Leavitt na sua conferência de imprensa de estreia referindo se à Faixa de Gaza.
Após estas revelações, várias declarações passaram a referir-se ao “envio de preservativos para o Hamas” e Musk ele próprio ironizou sobre o alegado envio dos preservativos para a Faixa de Gaza afirmando serem “preservativos incandescentes Magnum” para serem usados pelo Hamas na guerra contra Israel.
Magnum é uma marca de preservativos mas também uma conhecida marca de armas de fogo.
CNN investiga
Foi tal o furor que a cadeia de televisão CNN fez uma investigação concluindo que a USAID durante o mandato do anterior Presidente “não gastou nenhum dinheiro em preservativos para todo o Médio Oriente” embora tenha havido notícias de gastos em preservativos para a Jordânia (não muito longe de Gaza).
A CNN concluiu também na sua investigação que o gasto total da USAID em preservativos em 2023 “foi muito abaixo dos 50 milhões de dólares”.
Israel reage
Jornais israelitas deram a notícia em grandes parangonas.
“Biden deu 50 milhões para preservativos em Gaza” foi o cabeçalho do Times of Israel de uma notícia acompanhada de uma fotografia de combatentes do Hamas a “prepararem preservativos de latex insuflados com material inflamável para serem lançados em direção a Israel” (a foto era referente ao ano de 2020).
Nesta terça-feira, 11, quando compareceu ao lado do Presidente Donald Trump na Casa Branca para abordar com a imprensa o trabalho do seu departamento uma jornalista fez notar que na verdade os preservativos tinham sido enviados para Gaza em Moçambique.
“Algumas das coisas que eu digo serão incorretas e devem ser corrigidas”, respondeu Musk acrescentando que “vamos cometer erros mas vamos agir rapidamente para corrigir qualquer erro.”
“Não tenho a certeza se devíamos enviar 50 milhões de dólares de preservativos para qualquer parte do mundo, não tenho a certeza que isso é algo que na verdade entusiasme os americanos, é um número enorme de preservativos,” acrescentou Musk.
“Se foram para Moçambique em vez de Gaza, isso não é tão mau mas mesmo assim... porque é que estamos a fazer isso?”, interrogou-se.
Desta forma fica esclarecido que a Faixa de Gaza não é Gaza e que o Xai Xai não é a cidade de Gaza.
Fórum