Analistas aplaudem a liberdade provisória concedida a 18 jovens do Partido Nova Democracia, mas dizem que as detenções nem deviam ter acontecido.
Os jovens foram detidos a 15 de Outubro, dia das eleições legislativas, presidenciais e das assembleias provinciais, em Gaza, alegadamente por uso de credenciais falsas.
Para António Muchanga, quadro sénior da Renamo, o Governo não tem autoridade moral para prender pessoas e interroga-se "porque é que a polícia não prendeu as pessoas que circularam com boletins de voto pré-votados?".
"Houve excesso de zelo da parte das autoridades policiais, porque, na minha opinião, as detenções podiam ter sido evitadas, para o bem do processo eleitoral", afirmou o analista Francisco Matsinhe.
Por seu turno, o analista Fernando Mbanze, entende também que as detenções deviam ter sido evitadas.
"Em condições normais, aqueles jovens não deviam ter sido detidos; fala-se de credenciais falsificadas, mas em nenhum momento apareceu alguém do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral-STAE, a confirmar que aquelas credenciais eram falsas", destacou Fernando Mbanze.
Liberdade custa $12 mil
A liberdade provisória foi decidida por um juiz de Chókwè e para se concretizar o partido deverá desembolsar o equivalente a cerca de 12 mil dólares americanos, quantia que diz não ter.
No entanto, a mandatária nacional do Nova Democracia, Quitéria Guirengane, disse à Carta de Moçambique, que iniciou a procura do valor para libertar os seus membros.
“É o peso e o preço da injustiça e ilegalidade do Estado, quando um jovem de 19 anos é preso por exercer o seu direito (…) e tem que comprar a sua própria liberdade,” disse Guirengane entrevistada no programa Washington Fora d’Horas da VOA.