Líderes de organizações cívicas de Cabinda não acreditam na gestão transparente do dinheiro atribuído pelo Orçamento Geral do Estado (OGE) e desvalorizam a duplicação da verba para a província em 2023 .
O novo Orçamento Geral do Estado (OGE), aprovado pelo Parlamento na última segunda-feira,13, atribui para Cabinda o dobro da verba cabimentada no ano transato passando de 239,8 mil milhões de Kwanzas para mais de 496 mil milhões de Kwanzas, o equivalente a 980 milhões de dólares.
Com este valor, a província de Cabinda é a região com o segundo maior orçamento, depois de Luanda que, tal como a província do Zaire, tiveram aumentos significativos no OGE para o presente ano económico .
Luanda, Cabinda e Zaire são as províncias onde, nas últimas eleições angolanas, o partido no poder -o MPLA- perdeu votos para o maior partido da oposição, a UNITA.
Clemente Cuilo, responsável da Sociedade Civil Organizada (SOCO), considera que tem dúvidas“porque o governo habituou-nos com mentiras e promessas que não são cumpridas”
“ Não temos esperanças e não acreditamos que estas verbas venham a ser bem geridas” , disse
“Os cabindas já não entram em euforias com anúncios do género” defendeu, por sua vez, o presidente do Movimento Independentista de Cabinda (MIC), Carlos Vemba.
Jorge Lima Muanda, responsável do Movimento de Libertação de Cabinda (MLC) diz que a verba em causa é, ainda assim, “insuficiente” para aquilo que Cabinda contribui para o Tesouro Nacional.
“Cabinda produz muito mais do que isso e não basta aumentar o orçamento sem garantias de uma gestão condigna”, defendeu.
Entretanto, a nova governadora provincial de Cabinda, Mara Quiosa prometeu dar especial atenção aos jovens e priorizar a concretização de projetos estruturantes na região.
"Um dos desafios que temos para este ano e para o quinquénio é justamente a conclusão dos projectos estruturantes que vão proporcionar uma nova vida às populações desta região, nomeadamente o Terminal do Porto de Águas Profundas do Caio, o Aeroporto Internacional de Cabinda, a centralidade de Chibodo, a Refinaria de Cabinda e o Campus Universitário do Caio", anunciou.
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